Do verão até ao Natal, há mais de uma dúzia de filmes de animação a chegar aos cinemas portugueses. Esta quinta-feira estreia “Smurfs: o grande filme”, com voz e canções novas de Rihanna. "Os filmes de animação têm um papel surpreendentemente forte em Portugal", confirma distribuidora.
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É verdade que quando estreiam, os filmes de ação e de super-heróis são os mais vistos em Portugal. É o que se passa neste momento, com “Superman”, “F1: o filme” e “Mundo jurássico – renascimento” no topo dos filmes mais vistos em Portugal no último fim de semana, segundo números oficiais do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual.
Mas, enquanto este género de filmes surge sobretudo em épocas específicas, como o início do verão ou a quadra natalícia, a animação, ou os seus derivados, como adaptações em imagem real que replicam clássicos, está sempre presente nos ecrãs nacionais e, a longo prazo, domina as bilheteiras.
O top dos 10 filmes mais vistos de 2025 é significativo, sendo dominado por títulos como “Lilo e Stitch” – ainda a faturar nas salas –, “Um filme Minecraft”, que já está streaming, ou “Mufasa: o rei leão”, que é o quarto mais visto do ano. A presença como terceiro filme mais visto em Portugal em 2025 de “Ainda estou aqui”, drama do brasileiro Walter Salles, com Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, é tão extraordinária como “anormal” - e um fenómeno que dificilmente se repetirá.
Rihanna é a grande estrela de "Smurfs"
Esta quinta-feira chega aos cinemas “Smurfs: o grande filme”. Todos se lembrarão daquelas criaturinhas azuis que por cá se chamaram Estrunfes. Criação do belga Peyo, fora anunciada há três anos uma parceria entre a companhia detentora dos direitos das personagens e a Paramount Pictures para a realização de vários filmes.
O primeiro, uma comédia musical que junta animação e alguma imagem real, até estreia um dia mais cedo em Portugal do que nos Estados Unidos. E para se perceber melhor a dimensão da aposta, e o que o público, jovem e menos jovem, pode esperar de “Smurfs: grande filme”, a voz da personagem central, Smurfina, foi entregue na versão original a Rihanna. Assumidamente grande fã da personagem, a cantora é ainda produtora do filme e interpreta novas canções na banda sonora original.
A propósito da sua múltipla participação no filme, Rihanna disse: “Trabalhar neste filme em tantas funções diferentes foi tão emocionante quanto desafiador. Foi revigorante e emocionante não apenas incorporar uma personagem, mas também trazer a minha vida musical para o projeto. Trabalhámos com produtores musicais e coreógrafos cujo trabalho eu admiro. Juntar esses dois mundos foi uma vitória para todos e um desafio para as nossas carreiras.”
A história do filme começa quando o Grande Smurf é misteriosamente levado pelos feiticeiros maléficos Razamel e Gargamel. Smurfina conduz então os Smurfs numa missão até ao mundo real para o libertar.
Os responsáveis pela versão portuguesa também não pouparam esforços para apresentar um leque de vozes conhecidas, a começar pela jovem atriz e cantor Soraia Tavares. A acompanhá-la, podem também ouvir-se as vozes de, entre outros, José Jorge Duarte, Eduardo Madeira, Rita Blanco, Nuno Markl, Heitor Lourenço ou Áurea.
"Não se destinam apenas às crianças"
Ao JN, Susanna Barbato, diretora e responsável pela Nos Lusomundo Audiovisuais, distribuidora de “Smurfs: o grande filme”, sublinhou a importância deste segmento de mercado e a aposta feita no filme que hoje chega às salas de todo o país: “Os filmes de animação têm um papel surpreendentemente forte nos cinemas portugueses, tanto em termos de audiência como de impacto cultural. Destaco aquele que foi o filme mais visto em Portugal desde 2004, ‘Divertida-mente 2’, com mais de 1,3 milhões de espectadores e 7,9 milhões de euros em receita”.
A responsável pelo lançamento de vários outros filmes de animação recordou ainda outros sucessos, como “Mínimos”, "Shrek", “Madagáscar” e “Frozen II”, que figuram no top 40 dos filmes mais vistos nas últimas duas décadas.
“Estes números provam a importância da animação no nosso mercado e não se destinam apenas às crianças, já que atrai públicos de todas as idades”, afirma Barbato, sem deixar de dar uma palavra para os festivais nacionais de animação, a Monstra e o Cinanima e para a produção portuguesa do género, de que é exemplo “Ice Merchants”, de João Gonzalez, nomeado para o Óscar de melhor curta-metragem de animação.
Sem parar até ao Natal
Por conseguinte, animação não vai faltar nos ecrãs portugueses até ao final do ano. Já no final do mês chega “Os mauzões 2”, sequela do sucesso de 2022, com os animais criminosos a querem mostrar agora que são bonzinhos. Agosto começará com “Heidi e o lince da montanha”, que nos trás novas aventuras da heroína, que vive nos Alpes suíços com o seu avô.
Mês de férias para toda a gente, as propostas das salas de cinema irão continuar com “Kayara – a menina inca”, que traz uma nova cultura para o mundo da animação, numa coprodução entre o Peru e a Espanha. Os mais saudosos não vão seguramente perder “Looney Tunes: Daffy e Porky salvam o mundo”. O que irão fazer com a ajuda de uma nova amiga, Petunia.
Já em final de verão e prestes a começar as aulas, os apaixonados da animação japonesa serão surpreendidos com a estreia de “Demon slayer: Kimetsu no yaba castelo infinito”. Pela mesma altura e de outro país com grande tradição no género, a República Checa, chega às salas “Viver em grande”, sobre um garoto de 12 anos que sofre de bullying por causa do seu peso.
Já em outubro, “O fantasma de Canterville” vai provar que animação e uns bons sustos não incompatíveis. Mas há muito mais neste mês, provando que a animação não é um género sazonal. “Anzu gato fantasma”, “Snow e a princesa” e “Uma noite no zoo” são outras propostas que vão chegar às salas.
E, de repente, as distribuidoras começar a preparar o Natal dos mais novos, algumas jogando por antecipação. Em novembro estreiam “Ângelo na floresta mágica” e “Zootrópolis 2” e, já em dezembro, chegam “Hitpig: o herói da bicharada” e “Spongebob o filme: à procura das calças quadradas”.
Mas, preparem-se, haverá muito mais para ver na próxima quadra natalícia, onde não podiam faltar os filmes de ação - “Predador: badlands” e “Avatar: fire and ash” - e, claro, mais um musical de sucesso: a sequela “Wicked pelo bem”.
Animem-se e vão ao cinema.