Braga volta a afirmar-se capital da fotografia e das artes visuais com a 35.ª edição dos Encontros da Imagem, que decorre até 2 de novembro.
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Sob o tema "Manifestação de interesse", o festival celebra três décadas e meia de história com 35 exposições distribuídas por Braga, Vila Verde, Guimarães, Porto e Avintes, envolvendo 24 curadores e mais de 350 artistas. Destacamos aqui cinco exposições imperdíveis em Braga.
"Go gay with portuguese folk music", no Gnration, contém trabalhos de Gil Raro, Miguel De e Sergio Marey. A exposição desafia a cristalização da música e dança tradicional do Minho, revelando como os grupos folclóricos são um refúgio para identidades dissidentes. Com objetos e dispositivos interativos, os artistas reinterpretam quadras tradicionais e expõem fragilidades das masculinidades folclóricas, questionando o traje como símbolo de opressão e liberdade.
"Chernobyl: 40 years after", no Museu D. Diogo de Sousa, com fotos de Pierpaolo Mittica, é um olhar hiper-realista sobre as consequências do desastre nuclear 40 anos depois. A série fotográfica combina imagens de arquivo com registos contemporâneos, criando um diálogo entre o passado e o presente.
"O tempo não espera por mim", em múltiplos espaços da cidade, mergulha no arquivo do festival, reunindo trabalhos de 43 fotógrafos nacionais e internacionais que desenvolveram projetos em Braga ao longo de 12 edições dos Encontros. O título inspirado numa música dos Mão Morta."Dissidentes do dogma" é o destaque no novo espaço cultural SOMA, com David Catá, Eunice Pais, Hugo Brito, Mide Plácido e Philipe Gabriel.
Esta coletiva questiona as convenções da imagem fotográfica através de instalações, videoarte e performances. Os artistas exploram a desmaterialização da fotografia e a sua relação com outras disciplinas, propondo um debate sobre o futuro do meio.