O programa, produzido em parceira com a Fundação Francisco Manuel dos Santos, vai discutir os grandes temas da sociedade entre convidados e público. Marcelo Rebelo de Sousa marca presença na estreia.
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Um programa com tempo. Esta é uma das premissas da nova parceria entre a RTP e a Fundação Francisco Manuel do Santos (FFMS), explica ao nosso jornal David Lopes, diretor-geral da Fundação. "Fronteiras XXI" é um formato que tem tempo suficiente para abordar os temas "mais desafiantes de Portugal e do Mundo." Na primeira emissão, esta quarta-feira às 22 horas, na RTP3, serão debatidas, ao longo de 90 minutos, as medidas populistas detetadas na sociedade global através da pergunta "O populismo tem ideologia?".
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é um dos convidados que vai tentar responder à questão. Para Carlos Daniel, apresentador do formato, faz todo o sentido ter a presença do "mais alto magistrado da nação e do político mais representativo do país a discutir um assunto que é eminentemente politico e atual." Ainda assim, o pivot da RTP antevê outros efeitos para a presença de Marcelo Rebelo de Sousa: "Ao programa confere-lhe alguma notoriedade, o que também é ótimo". "Ter o principal político do país a discutir um tema que é dos mais prementes na atualidade política acaba por ser uma escolha natural", concluiu.
Carlos Daniel revelou ainda que a preparação para este tipo de programas é "bastante diferente" da que tem para apresentar o "Telejornal". "É preciso mais tempo, mais dias, e mais atenção", até porque é dele a coordenação de todos os intervenientes. A produção de "Fronteiras XXI" conta "com o apoio genérico do departamento de informação da RTP" e com reportagens feitas em França, nos EUA e em Portugal por jornalistas da estação pública.
As parcerias entre a RTP e a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) têm sido uma constante no passado mais próximo e é explicada pelo interesse comum no serviço público, como refere David Lopes: "Há uma parte de objetivos, que acredito que a RTP segue, que se cruzam com os nossos - fazer chegar aos cidadãos portugueses conteúdos de qualidade e informações relevantes para percebermos a nossa vida em sociedade."
O programa, que esta quarta-feira se assume como a estreia do espaço para os grandes temas "sem a pressão da agenda diária", teve como primeira experiência a entrevista a Durão Barroso e António Guterres, no ano passado, no Teatro Thalia. A conversa organizada pela FFMS e a RTP sob o lema do Estado da Nação Internacional provou-se ser uma mais-valia e justificou o regresso ao mesmo espaço, agora com um ciclo de 10 sessões de debate.
Para o público se poder preparar é possível a consulta ao site "Fronteiras XXI". A plataforma tem como objetivo dar informações ao telespetador sobre cada tema e agilizar a interatividade, com perguntas aos convidados. As 30 pessoas selecionadas, e que se propuserem a assistir ao programa, marcam presença na plateia do teatro. O primeiro acordo entre a RTP e a FFMS estende-se à produção de 10 programas, a transmitir, salvo exceções, na primeira quarta-feira de cada mês.
O próximo programa, em março, conta o diretor-geral da FFMS e procurará abordar "o trabalho do futuro." O que nos espera com as evoluções tecnológicas e as consequências da autonomização são algumas das questões a ser colocadas", explica. A redução de postos de trabalho, as novas competências e as medidas de emprego noutros países, como a Finlândia, são outros temas a tratar.