Beyoncé bateu um recorde, Viola Davis é uma artista EGOT e a comunidade LGBTQIA+ destacou-se num inédito. No meio da centelha, houve polémica nos Grammys 2023: Chris Brown não gostou de ter perdido e os fãs da brasileira Anitta também não.
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São 41 anos de idade e 32 Grammys conquistados. Beyoncé tornou-se na noite de domingo a artista, tanto entre homens como mulheres, mais distinguida nos prémios da música de Los Angeles, Estados Unidos, tendo ultrapassado o anterior recordista Georg Solti. Entre nove nomeações, a cantora norte-americana levou quatro gramofones dourados na 65.ª edição dos Grammy: Melhor Álbum de Dança/Eletrónica por "Renaissance"; Melhor Gravação de Dança/Eletrónica ("Break my soul"; Melhor Performance de R&B Tradicional ("Plastic off the sofa"); e Melhor Canção R&B ("Cuff it").
Da mão de Beyoncé, que não ficou cheia, escapou-lhe um grande prémio: o Álbum do Ano.
Outra mulher afrodescendente fez história: Viola Davis. Com a conquista do gramofone para Melhor Audiobook, entrou num grupo restrito das artes: os EGOT, pessoas que conquistaram pelo menos um Emmy, um Grammy, um Oscar e um Tony. Nesta categoria de acumulação dos quatro diferentes prémios apenas se encontram 17 outras pessoas. O título foi entregue à atriz de 57 anos pela autobiografia "Finding me".
Harry Styles vence com "Harry's house"
A tríade de categorias que, todos os anos, ficam debaixo dos holofotes não levantou muitas ondas ou surpresas. Tal como esperado por muitos - talvez menos pelo próprio -, Harry Styles arrecadou o Álbum do Ano com "Harry"s house". A estatueta para a Gravação do Ano foi para Lizzo ("About damn time"), que é viral na rede social TikTok. E Bonnie Raitt conquistou a Canção do Ano com "Just like that".
Outro nome vencedor aguardado era o de Melhor Novo Artista. E a entrega do prémio tem causado reboliço, pelo menos entre os internautas. O gramofone dourado para a novidade do ano na indústria musical foi entregue a Samara Joy. Quem? É uma cantora de jazz norte-americana de 23 anos que tem arrecadado diversos prémios na área. Mas pelo caminho deixou a brasileira Anitta, ao contrário do que muitos comentadores internacionais esperavam. Caso ganhasse, tornar-se-ia a primeira brasileira vitoriosa na categoria. A queda de Anitta levou muitos fãs a "visitarem" as redes sociais da vencedora: insultaram-na e exclamaram que não merece o prémio.
A dupla feminina Wet Leg estava também nomeada para o prémio revelação. Mas apesar de não ter conquistado a categoria, e logo em ano de estreia e com apenas um álbum editado, as britânicas levaram para casa dois gramofones na categoria indie - com o álbum de estreia levaram o Melhor Álbum de Música Alternativa e com o tema "Chaise lounge" somaram a Melhor Performance de Música Alternativa.
A comunidade LGBTQIA+ saiu vitoriosa, representada pela artista trans Kim Petras e por Sam Smith, que se identifica como não-binário: venceram o Grammy de Melhor Performance Pop de Duo ou Grupo ("Unholy"). Petras é a primeira mulher trans a ganhar a categoria e uma das que conseguiu mais destaque com a vitória de um gramofone dourado.
Chris Brown aziago
Ainda na onda das polémicas, Chris Brown reagiu de imediato nas redes sociais a ter perdido o Grammy de Melhor Álbum R&B para Robert Glasper. "Estão a gozar comigo. Mas quem é este?", indagou o músico, que estava nomeado pelo álbum "Breezy". O vencedor foi o pianista e produtor norte-americano que acumula já 20 anos de carreira e colaborações com artistas como Kendrick Lamar, que venceu na noite de domingo os Grammys de Melhor Álbum de Rap, Melhor Canção de Rap e Melhor Performance de Rap.
O protesto que ganhou um Grammy
O cantor iraniano Shervin Hajipour venceu a categoria Melhor Canção pela Mudança Social, com o tema "Baraye".
A música foi composta a partir de tweets de homenagem a Mahsa Amini, mulher morta sob custódia da polícia por ter infringido o código de vestuário do Irão. Hajipour chegou mesmo a ser preso quando lançou a canção, o que intensificou os protestos que já rolavam.
O artista está agora em liberdade - pagou fiança para aguardar julgamento fora da prisão. O gramofone foi anunciado pela primeira-dama norte-americana Jill Biden e o iraniano assistiu à sua vitória à distância.