Guimarães 2012 deve dois milhões e meio de euros a fornecedores
A Capital Europeia da Cultura - Guimarães 2012 tem uma dívida de 2,5 milhões de euros a prestadores de serviços. O montante em falta é justificado com os reembolsos pendentes de fundos comunitários.
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É uma dívida de curto prazo que corresponde a cerca de um quarto de todos os gastos da Fundação Cidade de Guimarães -organizadora da Capital Europeia da Cultura - em programação desde que entrou em atividade. Os credores são companhias de artistas que já atuaram em Guimarães, mas também há empresas gráficas e de aluguer de meios técnicos para realização dos espetáculos.
Todos foram contratados e atuaram ou prestaram serviço, mas há quem se queixe de não ter recebido a totalidade do pagamento. Isto porque em grande parte dos contratos está estabelecido o pagamento de metade do valor antes da prestação do serviço e o restante depois.
É esta parcela que está em falta com algumas empresas, sendo que poucas admitem falar no assunto com receio de maiores atrasos. Uma delas admite, sob anonimato, que tem a receber "quase 50 mil euros de um espetáculo que se fez em junho". Os contactos com a Fundação no sentido de os receber "são constantes", sendo que lhe é dito que o pagamento "será efetuado brevemente".
O montante total em dívida de curto prazo "é de 2,5 milhões de euros", esclareceu João Serra, presidente da Fundação Cidade de Guimarães. Este montante resulta de "dificuldades de tesouraria" decorrentes da demora habitual dos reembolsos dos fundos comunitários.
Destes fundos, a CEC receberá um total de 18 milhões de euros mas, no final de julho, "a percentagem efetivamente recebida era residual", adiantou o responsável. Contudo, refere ainda que a dívida tem sempre um montante que "é dinâmico" e corresponde a uma situação que será regularizada "a partir deste mês".
A confiança do presidente da Fundação prende-se com a evolução "positiva" das candidaturas, cuja maioria estará aprovada até ao final deste mês, "processando-se de seguida o respetivo pagamento", acrescentou. Atualmente, estão aprovadas candidaturas correspondentes a um valor global próximo dos oito milhões de euros, sendo que faltam ainda dez para atingir o bolo total.
Se a situação ficar regularizada, evita-se o uso do já anunciado crédito de curto prazo a que a Capital Europeia da Cultura recorreu para suprir os constrangimentos financeiros e poder corresponder a despesas mais urgentes.