Concertos esgotados e jam sessions animadas com os bares à pinha: festival vimaranense que dura há 32 anos apresenta os derradeiros três concertos.
Corpo do artigo
A 32ª edição do Guimarães Jazz, um dos mais antigos festivais do género do país, termina este sábado, mas ainda há três concertos para disfrutar.
Às 15 horas, no Centro Cultural Vila Flor, apresenta-se o experimentalista Elliot Sharp; às 18 horas os Landline Plus One sobem ao palco, depois de terem garantido o mote para todas as jam sessions no bar do Convívio e no Café Concerto, e o festival fecha, como é habitual, com uma big band – este ano é Kathrine Windfeld, compositora dinamarquesa, que segura a batuta.
O balanço do festival salda-se por várias casas cheias (o grande auditório do Vila Flor tem 800 lugares), jam sessions concorridas, muitas das vezes com os grandes nomes a aparecerem para “dar uma perninha”.
A orquestra que encerra o festival é constituída por 15 instrumentistas escandinavos e conta com os solistas Immanuel Wilkins (saxofone) e Gilad Hekselman (guitarra). Kathrine Windfeld é considerada uma das precursoras da nova vaga do jazz orquestral europeu, em virtude do seu estilo composicional particular.
Elliot Sharp vem a solo
Durante a tarde de hoje apresenta-se Elliot Sharp, figura central do experimentalismo. É um músico com formação em piano clássico e um sólido currículo académico, que incluiu estudos de composição musical, jazz, antropologia e eletrónica, mas que se desviou das correntes musicais normativas desde os anos 70. Sharp foca-se fundamentalmente na guitarra, embora domine também o saxofone e o clarinete. Em Guimarães atua a solo.
Os Landline Plus One já não são novidade para quem segue o Guimarães Jazz. A julgar pelo sucesso das suas sessões de improviso, espera-se um bom concerto deste ensemble de composição coletiva composto por três músicos com sede em Nova Iorque – o pianista Jacob Sacks, o saxofonista Chet Doxas e o baterista Vinnie Sperrazza – a que se junta (é o “plus one”) o contrabaixista Zack Lober, que reside na Holanda.
O bar do Convívio teve “momentos nova-iorquinos”, como quando músicos da The Vanguard Jazz Orchestra apareceram para animar a jam, depois do concerto de abertura.
O mago Carlos Azevedo
Na quinta-feira, a Orquestra de Guimarães, liderada por Carlos Azevedo, acompanhou com brilhantismo o contrabaixista Bruno Chevillon, o trompetista Cuong Vu e o teclista Jozef Dumoulin, liderados pelo baterista e também compositor Mário Costa.
Pouco mais de meia casa assistiu a um concerto que merecia mais atenção – mas quem esteve no auditório do Centro Cultural Vila Flor deliciou-se com os magníficos arranjos para orquestra do mago Carlos Azevedo.