Vimaranenses não querem o Castelo e o Paço dos Duques geridos a partir de Lisboa. Assembleia municipal aprovou moção por unanimidade.
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A Assembleia Municipal de Guimarães aprovou, na segunda-feira, por unanimidade, uma moção, apresentada pela CDU, exigindo ao Governo a suspensão do processo de reforma para a gestão da Cultura e do Património. No concelho de Guimarães, está em causa a gestão do Paço dos Duques de Bragança e do Castelo de Guimarães que deixaria de ser feita pela Direção-Geral da Cultura do Norte para passar para a tutela da nova empresa pública Museus e Monumentos de Portugal, com sede em Lisboa.
A aprovação da moção da CDU na AM de Guimarães surge na sequência de outra, com conteúdo semelhante, apresentada pela mesma força política e aprovada na AM de Braga, na sexta-feira. O texto apresentado pela CDU na AM de Guimarães afirma que "Numa clara desconsideração, a Câmara Municipal de Guimarães e os responsáveis pela gestão destes importantes equipamentos nunca foram consultados neste processo”. Acrescenta que “os autarcas dos concelhos envolvidos souberam destas decisões pelos órgãos de comunicação social”.
Para a CDU, o que o Governo está a fazer é uma dispersão de competências da Direção Regional de Cultura do Norte por diversas entidades - as duas novas empresas centrais, a CCDR-N e vários municípios -, “esvaziando o escalão regional da Cultura e do Património, pondo em causa os bons resultados alcançados”. A CDU afirma que a gestão dos museus, monumentos e palácios passará a obedecer a uma lógica de viabilidade económica como critério dominante, deixando de lado o interesse público.
Autarcas querem ser envolvidos
O Paço dos Duques de Bragança, com mais de 366 mil visitantes, em 2022, e o Castelo de Guimarães, com aproximadamente 300 mil são dois dos monumentos mais visitados no norte de Portugal, só superados pela Sé do Porto. A moção aprovada na AM de Guimarães exige que o Governo suspenda o processo de reforma da gestão da Cultura e do Património e que envolva os autarcas e os responsáveis pela gestão dos museus e monumentos.A CDU sublinha a importância da aprovação das duas moções, nas AM de Braga e Guimarães, como “uma forte afirmação de oposição a esta decisão do Governo”. As moções serão enviadas ao primeiro-ministro, ministro da Cultura, presidente da Assembleia da República e grupos parlamentares.