Concerto da banda rock de Axl Rose e Slash, esta sexta-feira em Coimbra, deve durar três horas e está quase esgotado. JN falou com fãs dos Guns N' Roses.
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O Estádio Cidade de Coimbra é palco, esta sexta-feira à noite, do sexto concerto dos Guns N’ Roses em Portugal. Com lotação quase esgotada, a banda de Axl Rose, Slash e Duff McKagan traz um alinhamento cheio de clássicos. As expetativas de quem segue a banda há décadas são altas.
Helena Aziago ouviu pela primeira vez Guns N’ Roses num sábado de 1987, na TV, e nunca mais se desligou. “Fiquei completamente siderada. Era uma coisa nova, fora do tempo para o que estava habituada. Cativou-me de uma forma completamente absurda”, conta ao JN a seguidora, de 53 anos.
Com bilhete comprado há meses, Helena não espera “grandes alterações” no concerto e no alinhamento face aos anteriores e desvaloriza as críticas à voz do Axl Rose. “Para mim, não é um senão. Entendo perfeitamente que, com 63 anos, não pode ter a mesma voz quando tinha 30 anos”.
A digressão “Because what you want & what you get are two completely different things” começou na Coreia do Sul, a 1 de maio, sempre com “Welcome to the jungle” a abrir. Seguem-lhe canções como “Bad obsession”, “Mr. Brownstone” ou “Live and let die”. Entre as mais tocadas estão ainda “Double talkin’ jive”, “Estranged”, “November rain”, “Knockin’on Heaven’s Door” ou “Sweet child o’ mine”. “Nightrain” e “Paradise City”, do álbum de estreia “Appetite for destruction”, de 1987, tem fechado sempre os concertos.
Expetativas muito altas
Mas, há sempre novidades. No início desta semana, na Turquia, a banda tocou “Out ta get me”, do disco de estreia, pela primeira vez desde 2017, e “Down on the farm”, dos ingleses UK Subs, do disco “The spaghetti incident?”, de 1993.
Álvaro Covões, da Everything is New, revela que o concerto poderá durar três horas. “A magia do espetáculo é que não é tão mecânico como parece, tem sentimento e improviso em pequenas partes”. O diretor da promotora espera nada menos do que uma “excelente noite de rock and roll”.
Helena Aziago admite estar “muito” entusiasmada, até porque tem “um sentimento de que vai ser a última tour” da banda formada há 40 anos. “Vou aproveitar ao máximo todos os segundos - as minhas expetativas são altas”, diz Helena, para quem este é o segundo concerto de Guns N’ Roses, após a estreia, em 2022, em Algés.
Já João Gonçalves, 33 anos, espera “não só boas músicas, mas um bom espetáculo”. Ter a banda em Coimbra é uma mais-valia. “Não pagamos deslocação, nem estadia, e fica mais em conta”, assinala João, que, não sendo “fã incondicional”, não quis “deixar fugir a oportunidade”.
De geração em geração
João gostava de ouvir “Sweet child o’ mine”, “Don’t cry” e “November rain”, temas que associa à sua infância. Foram as “primeiras músicas” no seu MP3 e escuta habitual antes de jogos de futebol. “Era um gatilho para me concentrar”, atira João, considerando que as músicas, além de “muitos boas”, “estão presentes de geração em geração”.
Para Helena Aziago, os Guns foram a “banda sonora” da sua vida, nos bons e maus momentos, e admite que “o amor ainda é maior agora”. “Antigamente era a leveza da juventude. Não se ligava tanto à letra, era mais a batida, a guitarra do Slash, a voz do Axl, a mexer de forma muito fervorosa. Hoje, continuo a sentir isso, mas bate mais fundo”, observa. E conclui: “É uma banda de sempre e para sempre”.
