18.ª edição do festival vai espalhar as artes performativas por Vila do Conde. É de hoje a 24 de setembro.
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A inauguração da exposição "Sob o signo do pneu", de Gustavo Sumpta, e a estreia nacional de "Zeppelin bend", da coreógrafa e música grega Katerina Andreou, abrem, hoje, a 18.a edição do Circular. Ao longo de oito dias, há mais cinco espetáculos, dois concertos, duas oficinas, um filme, uma conferência e o lançamento de um jornal. Isto para ver em seis locais da cidade, no Festival de Artes Performativas de Vila do Conde.
As premissas são as de sempre: experimentação e projetos que cruzem dança, teatro, música, cinema, performance e pensamento. "Espetáculos que nos interpelam", em "linguagens menos convencionais" e "formatos inusitados", explicou a diretora do Circular, Dina Magalhães.
Hoje, às 16 horas, o festival arranca, na Solar - Galeria de Arte Cinemática, com a inauguração da exposição "Sob o signo do pneu", de Gustavo Sumpta, seguida de uma performance do ator. Amanhã, às 17.45 horas, o também performer nascido em Angola, fará uma visita guiada à mostra, que descreveu como um elogio a "todos aqueles que, obstinados, teimam em continuar".
Estreias hoje à noite
À noite, duas estreias nacionais: "Zeppelin bend", cujo nome deriva de um nó usado para amarrar dirigíveis e que junta em palco Katerina Andreou e Ioanna Paraskevopoulou; e "Mascarades", o primeiro solo da coreógrafa franco-camaronesa Betty Tchomanga, que, na peça, encarna "Mami Wata", a deusa da água.
Ainda no que toca a espetáculos, sexta-feira é a vez de "Artificu", de Inês Campos, um espetáculo no qual a bailarina, atriz, música e artista visual questiona os pressupostos da linguagem, do tempo ou da memória.
No sábado, 24, o festival fecha com dois concertos: "Gesto e síntese", de Diogo Tudela & Supernova Ensemble (novo projeto do programa Artista Residente, que reúne músicos de jazz, música erudita, clássica, experimental e eletrónica).
"Gesto e síntese" é um misto de concerto, performance e instalação que terá estreia absoluta no festival; e "Planet pacific and island gardens", do guitarrista, músico e compositor inglês Mike Cooper.
Amanhã, em duas sessões à tarde e à noite, passa o filme "Um corpo que dança", de Marco Martins, um documentário sobre o Ballet Gulbenkian. À noite, a sessão conta com a presença da pesquisadora de imagem Lígia Resende e da investigadora Ana Bigotte Vieira, no debate com moderação de Amarante Abramovici.
Caminhada com público
Hoje e amanhã, há ainda "O arquivo como gesto #5", uma oficina orientada por Ana Bigotte Vieira em torno da questão da memória e dos usos performativos do arquivo. Segunda-feira, o workshop é com a coreógrafa Katerina Andreou e destinado a público de todas as idades.
Entre os dias 22 e 24, sempre às 18.30 horas e com ponto de encontro no Teatro Municipal, a encenadora e atriz Paula Diogo traz a Vila do Conde "Terra nullius". O percurso-performance convida o público a uma caminhada entre a praia de Azurara e o molhe da Senhora da Guia.
Haverá tempo ainda para o lançamento do jornal sobre artes performativas "Coreia", dirigido pelo coreógrafo João dos Santos Martins, no dia 23, às 22.30 horas, seguido da performance "Submission submission (unplugged)", de Bryana Fritz. No último dia, à tarde, há a conferência performativa "Lamento do ciborgue", de Miguel Bonneville.