Segunda edição do ciclo Cinema na Vinha decorre entre 10 de julho e 11 de setembro, promovendo o vinho verde pelo país.
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Depois de uma edição-piloto em 2019, é neste verão que o ciclo Cinema na Vinha chega a dezena e meia de localidades de Portugal continental, com sessões ao ar livre à hora do jantar.
A organização está a cargo da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV). O programa, do qual constam oito filmes, tem curadoria de Daniel Ribas e Rita Morais. As obras, de diversas proveniências geográficas e temporais, desdobram-se por 20 sessões. O arranque, neste sábado 10, acontece no jardim da Casa do Vinho Verde, no Porto, e traz "Viajo porque preciso, volto porque te amo", obra de 2009 dirigida por Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, a partir de filmagens da dupla no nordeste brasileiro.
De resto, "A viagem" é a temática que une as obras do Cinema na Vinha 2021. Viagens não apenas físicas, procurando refletir-se também sobre a relação entre espaço e tempo. Todas as sessões arrancam pelas 20.30 horas com uma prova de vinhos verdes.
Entre 10 de julho e 11 de setembro haverá sessões entre vinhas na Região dos Vinhos Verdes, na Quinta da Raza (Celorico de Basto), Adega Edmun do Val (Valença), Monverde Wine Experience Hotel (Amarante), Palácio da Brejoeira (Monção), Adega de Ponte da Barca, Solar das Bouças (Amares), Quinta de Lourosa (Lousada), Quinta de Linhares (Penafiel) e Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde (Ponte de Lima). Pelo meio, o evento passa pela primeira vez por Covilhã (New Hand Lab), Bragança (Museu do Abade de Baçal), Évora (Antigo Matadouro - Polo Cultural), Coimbra (Praça do Comércio) e Faro (Museu Municipal).
Os outros filmes em digressão estival são "O carteiro de Pablo Neruda", de Michael Radford, o recente "First cow - A primeira vaca da América", de Kelly Reichardt, "Os respigadores e a respigadora", de Agnès Varda, "Cemitério do esplendor", de Apichatpong Weerasethakule, "Tabu", de Miguel Gomes, e os clássicos "Bom dia", de Yasujirô Ozu (1959), e "As férias do sr. Hulot", de Jacques Tati (1953).
Abrir horizontes
A aposta do Cinema na Vinha em filmes "não comerciais, afastados do quotidiano das grandes salas de exibição" é sublinhada por Manuel Pinheiro, presidente da Comissão Executiva da CVRVV. A partir do tema escolhido pelos dois curadores pôs-se de novo em prática a ideia de "levar às vinhas cinema menos conhecido, de autor, alternativo, mas também obras mais antigas que merecem ser revistas". Do programa, Manuel Pinheiro destaca as longas-metragens de Ozu ("um filme maravilhoso") e Tati ("um clássico que faz sempre sorrir"). A iniciativa deseja igualmente "levar cultura e abrir novos horizontes" a locais improváveis, ou onde este tipo de divulgação escasseia.
A programação detalhada e as inscrições nas sessões, limitadas a 50 pessoas, estão em vinhoverde.pt.