<p>Foi por acaso que Julian Beever descobriu a técnica que tornaria o seu trabalho conhecido em todo o Mundo. Antes, este artista inglês fazia desenhos a giz no pavimento das ruas "para ganhar algum dinheiro", diz. Hoje, é conhecido como "Picasso do pavimento", alvo de documentários, aparece no horário nobre da televisão japonesa e é contratado para campanhas publicitárias internacionais. </p>
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Está no Porto pela primeira vez. Veio para criar um desenho inédito na praça do centro comercial Porto Gran Plaza. "É algo que queria fazer há muito tempo e que faz parte das minhas memórias de infância", revelou ao JN. A invulgaridade dos seus trabalhos reside no facto de transmitirem a ilusão de estarem em três dimensões, colocando uma pessoa real a interagir com o desenho para o demonstrar com clareza.
Bruxelas, Tóquio, Londres, Salamanca, Lisboa, Amsterdão e outras cidades da Austrália, Brasil, Estados Unidos da América, Dinamarca e Alemanha já testemunharam o seu talento.
Dificilmente não terá recebido um daqueles e-mails enviados em série com fotografias dos seus desenhos. A sua obra correu o Mundo inteiro e Julian Beever não precisou de fazer qualquer espécie de investimento em promoção. "Não tive que depender de galerias, de críticos ou sequer de conhecer as pessoas certas, que é o que os artistas costumavam ter que fazer", explica. Beever considera que foi alvo de um "fenómeno da Internet - as pessoas gostam e enviam as fotografias para outras pessoas. Sinto-me muito orgulhoso do facto de o meu trabalho ter-se tornado bem conhecido".
As viagens tornaram-se um modo de vida. Na praça do Porto, Beever estudava os ângulos do seu desenho, fintando as correrias de uma pequena menina ruiva. É sua filha e "a estrela de muitos dos seus desenhos", onde surge a interagir com a figuras imaginárias. A família acompanha Beever em muitas das suas viagens, "caso contrário teria que as deixar em casa, o que estragaria a nossa vida familiar", diz.
Tudo aconteceu graças uma descoberta casual: "Um dia notei que havia um rectângulo de tijolos na rua e isso deu-me a ideia que usá-lo como o contorno de uma piscina. Então pintei-os de azul e desenhei água por dentro, o que deu a sensação de ser algo a três dimensões quando o fotografei. Foi uma oportunidade que apareceu naquele momento".