Último trabalho da banda tem reedição de luxo, com gravações inéditas de concertos, faixas bónus, publicações e um universo de materiais que recuperam a época.
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“A angústia da adolescência compensou. Mas agora estou velho e enfadado”. Eis a linha de abertura de “In utero”, terceiro e último álbum de estúdio dos Nirvana, número central no “grunge” de Seattle e uma das maiores bandas de sempre. “Já não se tratava da adolescência”, diria o baterista Dave Grohl a propósito da lírica de Kurt Cobain, o malogrado cantor. “Era outro campeonato: a angústia de uma estrela rock”. Volvidos 30 anos do lançamento, surge uma reedição aparatosa que compreende 72 faixas (53 inéditas) e um saco de souvenirs para velhos e novos fãs.
Gravado em duas semanas de fevereiro de 1993, no estúdio Pachyderm, no Minnesota, EUA, a tour de promoção chegaria um ano depois a Cascais, para o único concerto dos Nirvana em Portugal, espetáculo mítico sobre o qual Novoselic, o baixista, terá dito ter sido o último grande show da banda, visto que depois começaria o estertor de Cobain, que ainda atuou pela Europa (última data de sempre num aeroporto em Munique), teve uma overdose com a mistura de champanhe e Rohypnol e, no regresso aos EUA, encerrou-se em casa e suicidou-se, a 5 de abril de 1994, aos 27 anos. A versão oficial é esta (há quem jure a pés juntos, como o detetive Tom Grant, contratado pela viúva do cantor, Courtney Love, que os indícios são de assassinato e não de suicídio. A propósito desta tese, conferir o docudrama de Benjamin Statler “Soaked in bleach”).