O mistério em torno de uma obra-prima de Rafael, que está exposta no Museu do Prado, em Madrid, pode ter sido resolvido por um algoritmo de inteligência artificial.
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A pintura "Virgem da Rosa", que retrata Maria, José e o menino Jesus com João Baptista, foi considerada obra de Rafael até que surgiram dúvidas no século XIX.
Alguns historiadores de arte argumentaram que a obra deveria ser atribuída a assistentes da oficina de Rafael. Enquanto alguns defenderam que a figura de José parecia uma reflexão tardia, outros consideraram que a parte inferior, com a rosa, foi pintada por outra pessoa.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian", a pintura foi analisado por um algoritmo de inteligência artificial desenvolvida por Hassan Ugail, professor de computação visual da Universidade de Bradford, no Reino Unido, que consegue reconhecer trabalhos autênticos de Rafael com 98% de precisão.
O algoritmo concluiu, segundo o estudo publicado na revista científica "Heritage Science", que a maior parte da pintura é de Rafael, mas o rosto de José foi feito por uma mão diferente. Os testes mostraram ainda que 60% de Maria foi pintada por Rafael, tal como a parte inferior, que também foi "provavelmente" feita pelo artista.
O mesmo algorismo analisou outra obra polémica conhecida como "Haddo Madonna", que está exposta em Haddo House, Aberdeenshire. A pintura, que foi comprada como um original de Rafael no século XIX por George Gordon, o quarto Conde de Aberdeen, que foi primeiro-ministro de 1852 a 1855, foi atribuída posteriormente a outro artista: Innocenza da Imola. Segundo a análise, a obra foi, de facto, pintada por Rafael.