A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) vai investigar uma denúncia anónima que recebeu sobre um alegado excesso de entrevistas no "Jornal 2", de João Fernando Ramos, a membros do PS e a patrocinadores do carro com que o jornalista participou no Rally de Portugal.
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"Sim, recebemos uma denúncia anónima, que, por ser anónima, nos merece sempre grandes reservas. Mas não podemos deixar de investigar", afirmou ao JN uma fonte da CCPJ.
Em causa está um alegado estudo académico divulgado esta semana, que analisa o noticiário apresentado pelo pivô da RTP.
Em declarações ao JN, o jornalista, que diz ter apresentado queixa-crime na PJ e no Ministério Público, diz-se vítima de "bullying profissional", mas lembra que os seus "30 anos de carreira" falam por si. "Isto não é de agora. Sempre que o meu nome é abordado para um cargo de direção, surge uma campanha", esclarece. O objetivo é claro: atingir a sua "honra e dignidade profissionais".
Também o diretor de Informação, em declarações ao JN, desvaloriza o incidente. "Não se pode dar importância a uma denúncia anónima e a um estudo que ninguém conhece e que não existe enquanto tal", diz Paulo Dentinho, que lamenta a "arma de arremesso" que "fragiliza um profissional da RTP e a própria empresa".
A denúncia e respetiva queixa-crime é mais uma acha para a fogueira que vai ardendo na RTP, numa altura em que se preparam alterações na estrutura diretiva da informação. A tensão interna acentuou-se com o convite que terá sido feito pela administração a Carlos Daniel para liderar a Direção de Informação e que nunca foi negado.
Paulo Dentinho, que acabou por ficar a liderar a Informação, diz ao JN que "este é o tempo para refletir sobre os caminhos a seguir", adiantando esperar que esse processo termine "em breve".
Quanto aos nomes de João Fernando Ramos e António Esteves, que estão a ser ventilados para substituir Hugo Gilberto e António José Teixeira, o diretor de Informação prefere não se comprometer. Paulo Dentinho admite que "a direção precisa de reforçar a coesão para dar resposta aos desafios futuros", mas não confirma que os queira substituir.
