Ivete Sangalo: “Acho o máximo chegar ao palco e continuar a sentir aquele frio na barriga”
A "rainha do axé" volta a Portugal com quatro concertos. Porto, Viana, Lagoa e Lisboa celebram carreira de Ivete Sangalo, a partir de quinta-feira, sem parar, até domingo.
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Ivete Sangalo, “Rainha do Axé” ou ainda “Veveta”, como gosta que a tratem, é das figuras mais icónicas do Brasil. Se os anos de vida são 52 (completa 53 a 27 de maio), os de carreira são 30 — uma celebração é exigida. Para tal, a cantora nascida em Juazeiro, na Bahia, volta a Portugal com quatro concertos, de Norte a Sul do país.
A estreia acontece quinta-feira no Porto, no Super Bock Arena. Ruma ao Minho no dia seguinte, para um concerto no Forte de Santiago da Barra, em Viana do Castelo, antes de seguir para Sul. Sábado, 24, é em Lagoa, no recinto da Fatacil, que o Algarve recebe a rainha do axé. A passagem por Portugal termina domingo, 25, na MEO Arena, em Lisboa, dois dias antes do seu aniversário.
Os primeiros passos foram na Banda Eva, em 1993, onde com a sua voz e energia foi ganhando visibilidade. Chamou a atenção de Maria Bethânia, também cantora e irmã de Caetano Veloso, que incluiu no seu repertório um tema original de Ivete (“Adeus Bye Bye”). Bethânia pressentiu que estava perante uma miúda promissora, e não se enganou.
Ao longo de três décadas de música, Sangalo já somou mais de 300 canções, 18 milhões de cópias vendidas e 150 prémio, entre os quais quatro para o Grammy Latino e 16 prémios Multishow, sendo recordista neste último.
Nos concertos que se aproximam em território nacional, não faltarão os clássicos como “Sorte Grande”, “Quando a Chuva Passar” ou “Arerê”. Sem esquecer os temas mais recentes — “Macetando”, “Energia de Gostosa” e, quiçá, “O Verão Bateu em Minha Porta” —, pronta a levantar poeira com o público que tão bem conhece.
Trinta anos depois da sua estreia, ainda sente aquele friozinho, aquelas borboletas na barriga, antes de subir ao palco?
Acho que o grande barato da minha trajetória é o meu coração não se acostumar. Acho o máximo chegar no trio em Salvador e ficar ansiosa, chegar ao palco e continuar a sentir aquele frio na barriga.
Se as duas por acaso se encontrassem, o que diria a Ivete de hoje à Ivete que estava a começar a carreira em 1995?
Vai, minha filha! Vai com tudo que vai ser lindo!
Dedicar a vida a cantar, a dar alegria aos outros: é a sua profissão de sonho?
Sem dúvida. Sempre me dediquei muito às minhas ideias de lançamentos, de gravações, de projetos. A relação que tenho com o meu trabalho é muito clara, muito honesta. Além disso, encontrei muita gente boa para dividir tudo isso comigo. Tenho muita gratidão por tudo o que tive a oportunidade de viver.
Para que serve a música se não servir para salvar o mundo?
Para celebrar, incluir, divertir.
Dar amor é sempre a melhor solução?
É uma das soluções...
Na vida e no palco, é sempre melhor ser otimista?
Sempre, claro!
O seu público é o melhor do mundo?
Não posso falar pelos outros, mas o meu público é incrível. É lindo, amoroso, feliz, é um público muito especial.
E os portugueses, reagem de forma diferentes nos seus espetáculos?
Os portugueses são muito amorosos comigo. Eu digo que foi uma relação construída durante muitos anos.
Lembra-se como foi a primeira vez que atuou por cá?
A primeira vez que me apresentei em Portugal fiquei encantada com a maneira com que as pessoas prestigiaram a minha música e sabiam o que acontecia na minha carreira. E isso gerou uma conexão muito especial entre a gente.
Já decidiu as canções que vai cantar em solo português? Diga-nos a primeira e a última.
Estou a preparar um show lindo para vocês, uma apresentação inesquecível, com meus sucessos, com as músicas mais recentes. Será muito especial, tenho certeza.
Por que é que Portugal é especial?
Portugal é um lugar que tem uma importância e uma relevância muito grande na minha história. Tudo o que eu vivi em Portugal, definitivamente contribuíram para cada passo na minha carreira, sem dúvida. Então, além de gratidão por tudo isso, tenho uma grande paixão por Portugal.