Primeiro dia conta com Benjamin Clementine, Smashing Pumpkins ou Arcade Fire no palco principal, mas a festa tem sete palcos e começou cedo em muitos deles.
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17.30 horas de uma quinta-feira de verão e o Passeio Marítimo de Algés, que acolhe o NOS Alive desde há 17 anos, já se encontra bem cheio. Muitos festivaleiros vieram ver os nomes principais do cartaz neste primeiro dia: Benjamin Clementine, Smashing Pumpkins ou Arcade Fire passam mais logo pelo palco principal, mas até lá – e durante, e depois – há muito para fazer pelo recinto e pelos sete palcos disponíveis: alguns com música mais indie, ou sons mais dançáveis, com fado, bandas emergentes ou com comédia e humor.
Sofia e Mariana são de um grupo de amigos que veio do Porto para passar os três dias do NOS Alive na zona de Lisboa. Os grandes atrativos do cartaz foram sobretudo Pearl Jam e Arcade Fire, para quem dizem ter altas “expetativas” – mal sabiam, elas e tantos outros fãs, que o grupo canadiano tinha dado uma performance (mais em jeito de DJ) na quarta-feira, no restaurante Praia no Parque do Parque Eduardo VII, em Lisboa. Não faz mal: com 55 mil pessoas, cantam-se melhor os hinos da banda que é sempre bem recebida pelo público nacional, desde que primeiro nos mostrou “Funeral” ao vivo em Paredes de Coura, já lá vão quase 20 anos.
Parece impossível mas é verdade: Laura e Francis, de Montreal, Canadá, vieram a Lisboa de propósito para o primeiro dia do NOS Alive, mas não é para assistir aos concertos dos Smashing Pumpkins ou dos seus conterrâneos Arcade Fire- embora admitam que obviamente irão ficar para ver.
Vieram mesmo, do outro lado do oceano, para Black Pumas, no Palco Heineken às 20.40h. “Vimos o lineup, vimos que estavam lá, que era em Lisboa que queríamos conhecer e comprámos as viagens”, contam ao JN. Há dois dias a passar miniférias na zona da capital, estão a adorar o festival: “é limpo, organizado, tem muita coisa, é muito bom. Ainda agora estávamos a comentar, é impressionante”, atiram.
Unknown Mortal Orchestra e Nothing But Thieves
No total, pelos sete palcos passam, em três dias, 114 artistas, 121 atuações e 13 horas de música diárias, segundo a organização. Ainda antes do festival começar – poucas horas antes - foi conhecido um primeiro cancelamento, da sul-africana Tyla, que iria atuar na sexta-feira, 12 de julho, antes de Dua Lipa.
A artista foi substituída pela britânica Arlo Parks e, enquanto os fãs das várias propostas e sonoridades disponíveis torcem para que os imprevistos fiquem por aqui, a música foi começando e começou cedo: logo desde as 17 horas em vários palcos (ainda antes, no pórtico de entrada) houve várias propostas e sonoridades para espreitar, bem como muito humor.
No segundo maior palco, Mazela ou a albicastrense Maria Roque, e vencedora da edição de 2024 do Festival Termómetro, teve honras de abertura, seguida pelos Unknown Mortal Orchestra.
O grupo sempre acarinhado pelos portugueses e que chegou ao Alive depois de uma data em nome próprio na véspera, no Hard Club Porto. trouxe o último trabalho, “V” de 2023, para mostrar, o seu indie rock psicadélico e low fi, com uma vibração cada vez mais veranil, por vezes a roçar o reaggae. Com cinco discos editados – daí o nome do belíssimo último disco –, foram temas como “So good at being in trouble”, do disco “II” ou “Multilove”, sobre poliamor, que despertaram mais entusiasmo nos muitos fãs que se reuniram no fim de tarde no Heineken.
No palco principal, a 16ª edição do Alive arrancou com o rock enérgico dos Nothing But Thieves, banda inglesa mais conhecida pelo single “Itch”, mas que tem já dois discos de sucesso firmado na Europa. Entre o álbum homónimo de estreia e o segundo trabalho, “Broken machine", o grupo passou ao vivo por temas como “Impossible”, “Unperson”, ainda uma versão de “Where is my mind” dos Pixies. “Que bela multidão; só tínhamos cá estado uma vez e não sabíamos se nos vinham ver, não estávamos à espera disto”, dizia a dado ponto o vocalista Conor Mason, dono de um alcance vocal impressionante, muito responsável pelo sucesso do primeiro concerto do ano, no palco maior do Alive.
Esta noite há ainda Benjamin Clementine (20h), The Smashing Pumpkins (21.50h) e Arcade Fire (00h00) para ver no Palco NOS, bem como Parcels, Jessie Ware ou os portugueses Bateu Matou, entre as propostas dos outros palcos.