"007 - Sem tempo para morrer" estreia quarta-feira e bate recorde de duração: são quase três horas de filme.
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Desde "007 GoldenEye" que os fãs da saga James Bond, iniciada em 1962, não esperavam tanto tempo por uma nova aventura do seu herói. Se os seis anos e meio que separaram esse filme de "007 - Licença para matar" ficaram a dever-se à mudança de ator (de um pouco convincente Timothy Dalton para um muito esperado Pierce Brosnan), desta vez, a responsabilidade coube à covid-19.
"007 - Sem tempo para morrer", que chega amanhã às salas, deveria ter estreado em abril do ano passado. A estreia, em função da evolução da pandemia, foi adiada três vezes.
Para compensar, "007 - Sem tempo para morrer" é a mais longa aventura do agente secreto ao serviço de Sua Majestade, oferecendo 163 minutos (quase três horas) de ação, suspense e todas as caraterísticas que tornam este "franchising" não só num dos mais longos do cinema, como também aquele que menos tem sido descaraterizado com a uniformização dos filmes de ação, que cada vez mais se parecem uns com os outros.
25.º filme de Bond
No entanto, o nascimento de "007 - Sem tempo para morrer" não foi fácil. Desde logo, pela escolha do realizador. Seguindo-se a Sam Mendes, os produtores da série oficial, que assinala aqui o seu 25.o título, decidiram contratar outro excelente autor britânico para a realização, o mesmo Danny Boyle dos dois "Trainspotting", e sobretudo na ótica dos produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson, do oscarizado "Quem quer ser bilionário". Só que, ao fim de três meses de trabalho, Danny Boyle foi despedido.
Depois de vários nomes terem estado em cima da mesa, como Denis Villeneuve ou Jean-Marc Vallee, a escolha acabou por recair em Cary Jojo Fukunaga, cujos créditos mais impressivos se encontram no domínio das séries de televisão.
O autor de "True detective" tornar-se-ia, assim, não só no primeiro norte-americano, como também no primeiro realizador de origem asiática a estar à frente desta série tão genuinamente britânica.
Por outro lado, Daniel Craig, que tinha 51 anos durante a rodagem, sofrera tanto nas filmagens do anterior "Spectre", que até a mulher, a atriz Rachel Weisz, veio a público solicitar que livrassem o marido da responsabilidade de executar tantas das sequências de ação, utilizando mais e mais duplos. Apesar disso, na antestreia, em Londres, em declarações aos jornalistas, reconheceu: "Estes filmes foram uma parte gigante da minha vida".
250 milhões de dólares
James Bond, que será pela última vez interpretado por Daniel Craig, está a gozar o que pensa serem umas férias recatadas na Jamaica, quando o seu velho amigo e agente da CIA Felix Leyter o aborda para resolver o caso de um grupo de cientistas que foi raptado. Sem saber, James Bond vai ver-se no meio de uma teia de intrigas complexas em que jamais se vira....
Para percebermos melhor como este novo Bond vai propor-nos uma montanha- -russa de emoções e de aventuras, a rodagem não só levou toda a equipa de novo à Jamaica, onde outros filmes da série tiveram sequências icónicas, como a locais tão distantes como Itália e Noruega, as Ilhas Faroe, Escócia e ainda a várias localidades de Inglaterra, como Londres. Houve ainda as inevitáveis filmagens nos estúdios de Pinewood.
As faturas de viagens não devem ser um dos itens mais negligenciáveis dos 250 milhões de dólares que se terão gasto na rodagem do filme. Se quer ver mais um Bond - ainda não se sabe bem qual será o próximo -, o melhor é mesmo correr à sala de cinema e assegurar o seu bilhete.
Irá encontrar também uma legião de acompanhantes femininas de que James Bond não prescinde e onde se incluem atrizes como a cubana Ana de Armas, escolhida pelo próprio Daniel Craig, que já contracenara com ela, Léa Seydoux, Lashana Lynch, Naomie Harris, entre muitas outras, a que se juntam Rami Malek, Ralph Fiennes (como M), Christopher Waltz (como Stavro Blofeld) ou Ben Whishaw (como Q).