Nas edições dos dias 1 e 2 de junho, será distribuída com o nosso jornal uma Torre dos Clérigos em miniatura. Tesoura, x-ato, régua e cola de papel é tudo quando precisa para montar a réplica de um dos monumentos mais visitados da cidade do Porto.
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É já na próxima sexta-feira, dia 2 de junho, que o JN celebra 135 anos. No mesmo dia assinala-se o nascimento do arquiteto que projetou a torre e o lançamento da primeira pedra. Os aniversários são festas para viver com as famílias e com os amigos e, no nosso caso, numa iniciativa conjunta com os Clérigos, não podemos deixar de convocar aqueles que são a nossa razão de ser: os nossos leitores.
Também eles estão de parabéns, por trilharem este caminho lado a lado connosco, por se indignarem como nós perante as injustiças sociais, por nos alertarem para problemas que a todos afligem, por continuarem a abrir-nos a porta e a ajudar-nos, com os seus depoimentos, a fazer mais e melhor jornalismo.
Tal como aconteceu em 1991, o JN vai oferecer a quem comprar o jornal um presente que representa um dos ícones patrimoniais da cidade. Assim, as edições dos dias 1 e 2 de junho serão acompanhadas por uma maqueta da Torre dos Clérigos, um dos locais mais visitados do Porto, que os leitores vão poder montar.
Não é por acaso que associamos este monumento ao nosso aniversário. Precisamente no dia 2 de junho, no longínquo ano de 1732, foi lançada a primeira pedra da igreja. Na véspera, já a cidade se tinha preparado para anunciar o momento, acendendo luminárias nas casas dos membros da Irmandade dos Clérigos, em casas particulares e noutras comunidades religiosas. No dia propriamente dito, o Porto assistiu ao transporte da primeira pedra desde a igreja da Misericórdia, num ambiente de grande aparato cenográfico.
A data do nosso nascimento tem outras felizes coincidências com o conjunto marcado pela igreja, museu e torre. Nicolau Nasoni, o arquiteto que projetou os Clérigos, nasceu no dia 2 de junho, em 1691. Chegado ao Porto em 1725, para responder a uma encomenda de renovação estética na Sé Catedral - essas pinturas foram a sua primeira obra em Portugal -, dedicou uma boa parte da sua vida ao conjunto arquitetónico dos Clérigos, concluído em 1763, e deixou o seu nome associado a muitos outros monumentos, da cidade e da região. É nos Clérigos que está sepultado.
Por fim, é igualmente a 2 de junho que se comemora o Dia Nacional de Itália, país que viu nascer Nicolau Nasoni. Foi nesse dia, em 1946, que os italianos foram chamados a escolher, por via de referendo, como queriam ser governados. Nasceu assim a República da Itália, pondo fim ao reinado de Humberto II, que assumira a coroa a 9 de maio desse mesmo ano, quando o pai, Vítor Emanuel III, abdicou do trono.
Para nós e para os nossos leitores, o dia 2 de junho de 1888 é e sempre será uma data histórica. Temos 135 anos a comprová-lo.