Todos os anos, durante a Berlinale, a European Film Promotion organiza o programa "Shooting Stars", reunindo dez atores de outros tantos países da Comunidade Europeia. Portugal voltou de novo a ser contemplado, com a presença de Joana Ribeiro entre os finalistas.
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Com experiência na televisão mas também em filmes como "O Homem Que Matou Dom Quixote", de Terry Gilliam, onde é a principal protagonista feminina, Joana Ribeiro esteve à conversa com o JN durante a apresentação dos Shooting Stars do ano. "O convite surgiu graças ao filme "Linhas Tortas, que estreou durante o ano", recorda a atriz. "Foi uma grande honra o ICA ter-me escolhido como candidata e o júri ter-me escolhido. Foi espetacular, não estava nada à espera."
O programa de Joana Ribeiro em Berlim incluiu nestes últimos três dias vários encontros com jornalistas, diretores de casting e produtores. A atriz fala-nos das primeiras reações. "Conheci os outros Shooting Stars, que são formidáveis e tem sido ótimo falar sobre a indústria de cada país, saber como é que as coisas funcionam nos países deles, como é que cada um começou."
Apesar de Joana Ribeiro já ter experência internacional, com a rodagem do filme de ação "Infinite", de Antoine Fuqua e a versão do italiano Marco Pontecorvo de "Fátima", onde interpreta o papel da Virgem Maria, a presença nos Shooting Stars vai potenciar a internacionalização da atriz. "Nunca pensei muito nisso, aliás nunca pensei que acontecesse tão cedo", admite. "Sinto que ainda me falta fazer tanta coisa em Portugal. O meu sonho é trabalhar com pessoas que admiro, com quem possa aprender e que seja um desafio para mim."
Quisemos saber também se Joana Ribeiro sentia curiosidade da parte dos seus colegas do Shooting Stars em relação ao que se fazia no nosso país. A resposta não podia ser mais esclarecedora. "Contrariamente ao que nós achamos, o cinema português é muito bem visto fora de Portugal. Melhor até do que, infelizmente dentro do próprio país. E há muita gente que adora Portugal, que quer ir viver para lá."
A atriz deixa no entanto um alerta sobre o que se passa em Portugal. "O maior problema é não haver castings. A maior parte dos realizadores já sabe de antemão com quem quer trabalhar e não nos dá hipóteses de mostrar o que valemos. E tenho imensos realizadores com quem gostava de trabalhar em Portugal."