Premiado escritor colombiano faz um elogio das virtudes do romance no ensaio "A tradução do mundo".
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Convidado em 2022 para proferir um conjunto de palestras na Universidade de Oxford, na esteira do que já haviam feito Umberto Eco ou Mario Vargas Llosa, o colombiano Juan Gabriel Vásquez fez da ocasião um pretexto para uma sublime reflexão em torno da importância da ficção, declinando a autopromoção em que tantas vezes incorrem escritores em situações similares.
Agora reunidas em livro, estas quatro palestras das aclamadas Conferências Weidenfeld podem ser lidas como um tratado humanista sobre o contributo do romance para o nosso aperfeiçoamento. Afinal, ao tomarmos contacto com a história de outros, talvez possamos avançar um pouco no conhecimento de nós mesmos, “Conhecer profundamente outro ser humano, conhecê-lo até aos seus mais ínfimos recantos, é visitar regiões da nossa condição das quais podemos não regressar indemnes. Conhecer as profundezas dos outros – e é isto que o romance nos permite – é correr riscos inumeráveis, e ninguém o faz impunemente”, escreve Vásquez.