A actriz e encenadora Maria do Céu Guerra considera o julgamento da peça de teatro "A Filha Rebelde", que é retomado, quarta-feira, em Lisboa, uma "medida censória".
"Eu sou contra todas as medidas censórias e este processo aparece-nos como uma medida censória", disse a actriz Maria do Céu Guerra.
Os sobrinhos de Silva Pais, antigo director da PIDE falecido em Janeiro de 1981, processaram os dois antigos directores do Teatro Nacional D. Maria II - Carlos Fragateiro e José Manuel Castanheira - e a autora da adaptação do texto, Margarida Fonseca Santos, por difamação e ofensa à memória de Silva Pais.
Em causa está uma peça de teatro estreada no Teatro D. Maria II, em 2007, e que conta a história de Annie Silva Pais, filha do antigo director da PIDE, Silva Pais.
"Penso que o espectáculo não escandalizou as pessoas. Não há sob o meu ponto de vista nenhuma razão para esta medida", disse Maria do Céu Guerra.
A peça "A Filha Rebelde" baseia-se na obra homónima dos jornalistas José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz.
O julgamento começou no dia 3 de Maio e prossegue na quarta-feira, para audição de Valdemar Cruz e José Pedro Castanheira, no Tribunal de Lisboa.
