A pianista e compositora finlandesa estreia-se a 9 de maio em Lisboa, no BOTA, e a 11 de maio na Casa da Cultura, em Setúbal.
Corpo do artigo
É uma estreia em Portugal: a pianista e compositora finlandesa Julia Andersson apresenta-se na quinta-feira, 9 de maio, no BOTA em Lisboa e sábado, dia 11 de maio, na Casa da Cultura, em Setúbal. Na bagagem, traz o EP de estreia “Within, without”, de 2020, bem como o disco “Dröm”, de 2023 e ainda o EP deste ano, “Vinterdvala”.
Com uma carreira relativamente recente, a jovem compositora já conseguiu vários feitos: “Sleepy meadows”, um dos seus primeiros singles, tornou-se num sucesso inesperado do Spotify, onde acumula mais de sete milhões de streamings. Do novo disco “Dröm”, o single “Aning” também já superou a barreira do meio milhão.
Ao JN, Julia explica como a música esteve sempre presente na sua vida e como o facto de viver rodeada de natureza foi, e continua a ser, determinante na sua carreira.
"Toco piano desde muito cedo, na verdade. Comecei em criança, sobretudo no clássico. Mas comecei a compor apenas em 2019, há cinco anos”, conta ao JN.
Como influências musicais, a pianista assume tanto compositores clássicos como Erik Satie, Debussy e Chopin, como pianistas de jazz, de Bill Evans a Keith Jarrett. Nomeia ainda compositores modernos e seus contemporâneos - Hania Rani ou Nils Frahm, para nomear alguns.
No entanto, destaca como influência maior, simplesmente a natureza. Algo que se nota no resultado, com uma aura paisagística inerente, que perguntamos à compositora se é assumida. “Definitivamente. A maioria das minhas ideias de músicas vêm da, ou na floresta. Sou inspirada pela natureza, o mar, as árvores”.
“Dröm” também reflete essa paixão: o título significa “sonho” em sueco e todos os temas têm um nome também sueco. Cada um descreve “uma sensação ou alguma coisa que se veria ou sentiria na natureza. Por exemplo, um pôr-do-sol”, conta.
Ou “Saknad”, palavra sueca muito semelhante à nossa “saudade”, que descreve a “falta ou desejo de algo”, acrescenta Julia.
Música pacífica em tempos caóticos
“Pacífica” ou “apaziguadora” são adjetivos recorrentes na descrição das composições da jovem pianista. Julia Andersson segue os comentários e fica feliz de trazer alguma “paz” às pessoas, em tempos mais caóticos. “É algo que realmente me faz feliz, porque, também para mim, é uma forma de meditação e de me acalmar”. A música torna-se, garante, terapêutica. “É uma ferramenta para processar as emoções e o stresse”.
Esta semana, Lisboa e Setúbal vão poder conhecer a artista pela primeira vez ao vivo, mas também para Julia é uma estreia: “nunca estive em Portugal, estou muito animada. E estou realmente ansiosa para ver como é a reação do público”, conclui.