É uma dança desacelerada e elegante de um bailarino de hip hop, que convida à imersão. Frente a frente, a dança urbana e a natureza viva, o exterior e interior.
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É com o espetáculo “En son Lieu”, do coreógrafo francês Christian Rizzo, que abre, esta sexta feira às 21.30 horas, em Vila do Conde a 19.ª edição do Circular - Festival de Artes Performativas. Até ao próximo dia 30, o festival, que é uma espécie de “laboratório” da arte contemporânea, cruzando artes, gerações e intérpretes e impulsionando a criação, traz à cidade dez espetáculos, três workshops, uma exposição, uma sessão de cinema, um lançamento de livro e do já habitual jornal “Coreia”.
“Christian Rizzo é um dos nomes mais importantes da dança europeia”, explica a diretora do Circular, Dina Magalhães, satisfeita com o programa deste ano que afirma, cada vez mais, o Circular como “um festival multidisciplinar”, que aposta em propostas com uma “matriz marcadamente experimental” e balança suavemente entre nomes mais conhecidos e lançamento de jovens artistas. Dança, performance, música, teatro, cinema e até literatura juntam-se ali.
Depois de Rizzo, hoje, a “noite dupla” segue com Ana Pi e o DJ Firmeza e a performance “Raw On” e, mais uma vez, as dicotomias: a música pós-kuduro e percursiva e o movimento da brasileira, numa reinterpretação das danças tradicionais sagradas e populares. Amanhã, há dois workshop: um de dança com Ana Pi, outro de práticas colaborativas na criação com o espanhol Afonso Becerra.
À tarde, Ana Renata Polónia traz de volta a dança com “Kama”, no Auditório Municipal, às 16 horas.
Às 19h30, numa parceria com a Solar – Galeria de Artes Cinemáticas, há uma visita guiada à exposição “La Casa de Los Animales”, de Ana Elena Tejera, com a presença da artista, natural do Panamá, que trabalha nas áreas do cinema e da performance. Tejera volta ainda ao Circular para mais dois momentos: uma performance na praia Olinda, no domingo, às 19h15; e uma sessão de cinema com as suas películas - uma curta “A Love Song in Spanish” e uma longa “Panquiaco” – um documentário parcialmente rodado em Vila do Conde e que conta com a participação de pescadores locais (dia 28).
O Supernova Ensemble – incubado no projeto “Artista Residente” do Circular - faz a sua estreia absoluta de “On/Off”, amanhã, numa noite que será dedicada à música. Segue-se “Lolina”, um projeto da artista de música eletrónica e digital (também conhecida por Inga Copeland), que, há um ano, lançou o seu álbum mais recente “Face the Music”.
No próximo fim-de-semana, mais cinco propostas do Circular e outras tantas artes. Primeiro, na sexta-feira, às 21 horas, “A Vertigem da Razão”, numa estreia absoluta em teatro do jovem brasileiro Vinicius Massucato, seguida de uma conversa com o artista. Depois, às 22.30 horas, o lançamento do livro “Sódio”, de Sónia Baptista, que estará à conversa com o editor João Pedro Azul
No sábado, o n.º 9 jornal “Coreia”, dedicado às artes e, em especial, à dança, será lançado às 18h00, junto à Capela do Socorro, num momento que contará com uma performance de Luísa Saraiva, inspirada nos cantares tradicionais do norte de Portugal e Galiza sobre violência contra as mulheres. À noite, a fechar o festival, há dança e musica: os “Diálogos” do quotidiano com muito humor, do bailarino e coreógrafo Henrique Furtado Vieira (dança) e “Phonospermia”, um concerto da Sonoscopia para harpa, flauta, percussão e eletrónica.
Os bilhetes para os espetáculos custam cinco euros (sempre que a sessão é dupla, o bilhete serve para as duas propostas). A exposição, as performances ao ar livre, os lançamentos ee a sessão de cinema têm entrada livre.

