As companhias nacionais carregam a bandeira de mostrar o património de dança dos seus países. Lamentavelmente, o Ballet Gulbenkian, que cumpre este ano dez anos de extinção, passou a fazer parte apenas desse legado patrimonial.
Corpo do artigo
Mas, Luísa Taveira, diretora artística da Companhia Nacional de Bailado (CNB), resgatou-o numa homenagem, apresentada na sexta-feira, no Teatro Rivoli, no Porto.
Toda a viagem no tempo proposta no repertório escolhido foi prazerosa, desde "Treze Gestos de um corpo", coreografia de Olga Roriz, passando pelo industrial dueto de " Twilight" de Hans Van Manen.
Mas, a homenagem de Vasco Wellenkamp a Graça Barroso e Madalena Azeredo Perdigão atirou o público para uma aprazível nostalgia. A delicodoce voz de Maria João entoando temas de Tom Jobim e Chico Buarque, assim como uma intricada sequência de um dueto com uma camisa foram notáveis.
Este estado só seria vencido por "Minus 16" de Ohad Naharin, onde "one man show" entre passos de striptease, Michael Jackson e outras gestualidades pop se multiplica por 30 arrancando pessoas do publico para dançar um apaixonado cha cha cha.
O público, em pé no Rivoli, parecia o mesmo público, como alguém comentava num intervalo que aplaudia mais a Luísa (Taveira) e a Cristina (Maciel) porque eram as bailarinas do Porto. Uma honrada homenagem ao património do Ballet Gulbenkian.