
Lídia Jorge foi distinguida com um prémio que reconhece o impacto do seu trabalho na literatura nacional
Paulo Alexandrino/Arquivo
Lídia Jorge é a vencedora do Prémio Pessoa deste ano, anunciou, esta quinta-feira, o presidente do júri, Francisco Pedro Balsemão, no Palácio de Seteais, em Sintra.
A escritora foi já distinguida com vários prémios literários, como o Prémio da Latinidade da União Latina, o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, o Prémio da Feira Internacional de Literatura de Guadalajara e os Prémios Médicis e Günter Grass.
Lídia Jorge assina títulos que a consagraram também internacionalmente, como "O Dia dos Prodígios" (1980), "O Cais das Merendas" (1982), "Notícia da Cidade Silvestre" (1984) e "A Costa dos Murmúrios" (1988). A obra literária, traduzida em mais de 20 línguas, abrange várias áreas: conto, teatro, poesia, literatura infantil, ensaio e crónica.
O Prémio Pessoa, no valor de 70 mil euros é uma iniciativa do jornal "Expresso", com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, que visa distinguir portugueses com papel significativo na vida cultural e científica do país.
"A sua escrita criativa e diversificada tem sido capaz de revelar o poder da literatura para nos ajudar a compreender os grandes desafios do mundo contemporâneo e a sua intervenção cívica corajosa tem contribuído decisivamente para enriquecer o debate democrático na sociedade portuguesa", lê-se na ata do júri do prémio.
Em 2021, Lídia Jorge foi nomeada pelo presidente da República membro do Conselho de Estado.
Lídia Jorge nasceu a 18 de junho de 1946, em Boliqueime, Loulé, no Algarve, no seio de uma família de agricultores. Obteve uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para fazer os seus estudos universitários, tendo-se licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
O tema da mulher e da sua solidão é uma preocupação central na sua obra.

