A empresa que detém os direitos dos livros de James Bond, a Ian Fleming Publications, encomendou a revisão dos textos a uma comissão de leitores sensíveis e decidiu reeditar os romances do famoso agente secreto sem alusões raciais potencialmente ofensivas.
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A revelação foi feita, esta segunda-feira, pelo "Sunday Telegraph", por ocasião do 70.º aniversário do lançamento do primeiro livro da série, "Casino Royale".
Entre as mudanças, espera-se que a palavra "preto (nigger)" com que os escravos dos Estados Unidos foram designados em inglês desapareça. Esse termo pejorativo usado entre 1951 e 1966 foi quase totalmente abandonado e substituído por "pessoa negra".
"Seguindo a abordagem de Ian, analisámos os exemplos de vários termos raciais nos livros e removemos algumas palavras ou trocámo-las por termos que são mais aceites hoje, mas de acordo com o período em que os livros foram escritos", pode ler-se na nota da editora, citada pelo "Sunday Telegraph". Muitas das alterações nos livros Bond estão em torno da representação do povo Negro.
As novas edições passarão ainda a contar com um aviso onde serão explicadas as alterações feitas e alertanto o leitor para atitudes que podem ser considerados ofensivas agora pelos leitores modernos. "Foram feitas várias atualizações nesta edição, mantendo-se o mais próximo possível do texto original e do período em que este foi escrito".