Entre hoje e domingo, Coimbra acolhe Psychedelic Furs, Jon Spencer, Theatre of Hate, Weird Omen e Legendary Tigerman. São esperadas cinco mil pessoas por dia.
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Arrancou em 2023 com sobressaltos - cancelamento de concertos de Devo ou The Damned - e na data errada, coincidindo com o festival de Paredes de Coura. Mas este ano o Luna Fest recalibrou-se, atraiu mais apoios, nomeadamente municipais, e mudou de datas, passando a realizar-se sem concorrência direta. Entre hoje e domingo, na Praça da Canção, com vista para o casario de Coimbra, tem lugar o 2.0 Luna Fest, o último festival de rock deste verão. Irá acolher nomes como Jon Spencer, Psychedelic Furs, Theatre of Hate, Deadletter, La Élite ou The Legendary Tigerman, um filho da casa.
Luna 2024 é otimista
“Esta é, para nós, a edição número um, a anterior foi a zero”, diz Victor Torpedo, guitarrista dos The Parkinsons e um dos diretores do festival Luna Fest 2024. “No ano passado houve vários azares, tivemos de pagar reembolsos e o número de espectadores ficou aquém do esperado. Este ano conseguimos encarar o Luna com outro otimismo e pensar num futuro com sustentabilidade e reconhecimento”, confessa ao JN.
O apoio de 100 mil euros da autarquia terá sido um dos fatores de viragem, servindo o Luna como catalisador para uma série de eventos culturais que se iniciaram já no dia 30 de agosto e se estendem até 8 de outubro em vários locais da cidade de Coimbra.
Apontando para as cinco mil pessoas por dia, Torpedo explica ao JN o espírito do Luna Fest 2024: “A ideia é voltar às raízes, aos concertos diretos e de proximidade, onde se apanha poeira. Não queremos ser mais um festival de confetti e de entretenimento”, avisa.
Musicalmente, o rock é o alfa e o ómega. “Exploramos aqui todas as vertentes ligadas à génese do rock: garage, punk, psicadelismo, rockabilly”, diz.
O diretor salienta ainda esse papel do novo festival como dinamizador da cidade: “Queremos funcionar como epicentro, movimentando outras forças. A enquadrar o festival há uma vasta programação cultural”.
Góticos Theatre of Hate
Olhando para o cartaz, Victor Torpedo identifica um trio que sintetiza o som privilegiado: Jon Spencer, um dos campeões do blues rock, associado a bandas como Boss Hog e Pussy Galore, famoso pelos concertos viscerais; Kid Congo and The Pink Monkey Birds, projeto pós-punk do antigo guitarrista de Gun Club, The Cramps e The Bad Seeds; e The Gories, número de garage punk formado em 1986 em Detroit.
Mas os favoritos do músico e diretor, nesta edição, são os Theatre of Hate, banda associada aos alvores do rock gótico que se estreou em 1982 com “Westworld”, emblemático disco produzido por Mick Jones, dos The Clash.
Outros nomes em destaque no Luna Fest são os Psychedelic Furs, influente banda dos anos 1980 que atingiu o ápice com “Talk, talk, talk” (1981) e tem na canção “Pretty in pink” o seu hino; os fumegantes Deadletter, que trazem uma abordagem contemporânea ao pós-punk; os catalães La Élite, caso sério na mesclagem de punk, new wave e eletrónica; os celerados Natty Bo & The Top Cats, que se aventuram pelo ska jamaicano e pelo rocksteady e prometem desbunda; ou os franceses Weird Omen, com o seu psicadelismo reverberante e hipnótico.
A brigada nacional
As bandas internacionais atuam no palco principal, mas um segundo estrado acolhe o contingente nacional, formado por atletas do nível de The Legendary Tigerman, Club Makumba, Belle Chase Hotel, Selma Uamusse, Twist Connection ou Birds Are Indie.
Bilhetes
35 a 88 euros
O bilhete de 1 dia para o Luna Fest 2024 custa 35 euros. O passe geral para três dias fica a 88 euros.
Cartaz
SEXTA-FEIRA
18h Carrion kids
19h The Twist Connection
20h Theatre of Hate
21h Lene Lovich
22.15h The Legendary Tigerman
00h The Psychedelic Furs
1.20h M’as Foice
SÁBADO
18h Birds Are Indie
19h Johnny Throttle
20h Selma Uamusse
21h Belle Chase Hotel
22h Kid Congo & The Pink Monkey Birds
23.30h Jon Spencer
1.15h Natty Bo & The Top Cats
DOMINGO
18h So Dead
19h Weird Omen
20h Club Makumba
21h DeadLetter
22h The Parkinsons
23.30h The Gories
1.15h La Élite