A presidente do conselho de administração da Agência Lusa, Teresa Marques, garantiu esta quinta-feira que a "revolução tecnológica" não passará ao lado da empresa, que vai avançar com o "Portal Digital Para a Informação em Língua Portuguesa".
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Teresa Marques, que falava na abertura da conferência "Revolução digital e jornalismo. Que futuro para as empresas de média?", organizada pela Lusa no âmbito do Fórum Nacional de Tecnologia "TechDays, que decorre em Aveiro, disse esperar pela aprovação, até final do mês, do Plano e Orçamento da empresa, para executar em pleno a estratégia de modernização da Agência, que, no entanto, já está a avançar com uma das suas peças "fundamentais": o Portal Digital para a Informação em Língua Portuguesa.
"Até lá vamos avançando com uma das peças fundamentais da estratégia desenhada, que pode ser sintetizada na adição de um novo patamar tecnológico. Essa peça é o projeto que candidatámos ao concurso europeu da Google, a que chamámos Portal Digital Para a Informação em Língua Portuguesa, que recebeu um financiamento a fundo perdido de 280 mil euros", referiu Teresa Marques.
Para a presidente do conselho de administração da empresa, "a par da consolidação do jornalismo da Lusa enquanto referência de informação independente, rigorosa, fidedigna e plural, é essencial e urgente que a agência se adapte ao novo paradigma da revolução tecnológica em curso".
Admitindo que a Lusa "já vai tarde" no "salto" tecnológico, Teresa Marques considerou que essa mudança é urgente, não apenas para a agência, mas "também importante para a defesa dos interesses dos vários agentes do setor nacional dos media, para a defesa dos interesses do Estado português e para a afirmação dos interesses de Portugal no mundo".
"O caminho que desenhámos tem como base o contrato-programa entre a Lusa e o Estado para o triénio 2016-21018. O Governo concordou e reforçou essa estratégia ao aprovar uma indemnização compensatória superior em 20% relativamente ao valor dos três últimos anos, e esta está consagrada no orçamento e Plano de Atividades da empresa para este ano. Assim que estes documentos sejam aprovados, e esperamos que seja até ao final do mês, poderemos finalmente dar execução plena ao projeto que desenhámos para a Lusa", esclareceu.
Novas tecnologias no jornalismo são desafio, não maldição
Como conciliar a necessidade de informação que se quer, na sociedade digital, a uma velocidade quase instantânea, e a necessidade de quem exerce jornalismo de ter rigor e boa informação, é um "desafio e não uma maldição", defendeu José Carlos Lourenço, administrador da Global Media. "Havendo capacidade de refletir sobre o que se passa à nossa volta, há muitas oportunidades", disse, lembrando que a empresa, proprietária do "Jornal de Notícias", voltou, em junho, a ser líder de audiências nos sites de informação em Portugal, segundo o ranking Netscope.
Na abertura da conferência, o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, deu as boas-vindas aos participantes e felicitou a Lusa por mais esta iniciativa na comemoração dos seus 30 anos, agradecendo a disponibilidade para se associar ao TechDays.
Aludindo ao tema da conferência, Ribau Esteves referiu-se ao desafio de um momento em que se deixam as lógicas da coletivização da informação, e se caminha "perigosamente" para um mundo em que "o indivíduo é ele próprio produtor e consumidor de informação".
"A Lusa tem sido um garante de qualidade, imparcialidade, de abastecimento de informação aos agentes tradicionais e aos indivíduos das redes sociais, e contamos todos que isso possa ser o garante de um país competente e de uma comunidade saudável", finalizou.