Recinto encheu-se para assistir ao concerto do rapper norte-americano, que acabou o espetáculo no meio da multidão e a prometer voltar a Portugal. Além das intervenções políticas, houve ainda espaço para uma competição de dança em pleno palco entre duas fãs, uma das quais de 11 anos.
Corpo do artigo
Com a roda gigante a brilhar na noite à beira-Tejo, a barriga dos festivaleiros a dar horas e os concertos nos palcos secundários a atraírem, ao contrário do início da tarde, o rapper Macklemore parecia ter tido azar no horário que lhe calhara para atuar, este sábado, no Rock in Rio Lisboa. Mas, por muitas distrações que existam no Parque Tejo - e não são poucas - nada é, ainda assim, capaz de afastar os amantes de música de um espetáculo como o que o rapper norte-americano trouxe a Portugal... sobretudo se, como é o caso, não faltarem temas conhecidos do grande público.
Não é, por isso, de estranhar que a multidão até então aparentemente perdida tenha, já o concerto tinha uns largos minutos, encontrado o seu caminho para o palco Mundo mal se ouviram os primeiros acordes de "Same Love", lançada em 2012 e adotada, à época, como o hino não oficial da luta política pelo legalização, nos Estados Unidos da América, do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"Se acreditam que todos podem ser quem são e amar quem querem, apontem para o céu", pediu, ao terminar a interpretação, Macklemore, com cerca de 50 mil pessoas a aceitarem de imediato o repto. Pouco depois, nova intervenção política, carregada de sofrimento na voz pelo povo palestiniano.
"Durante os últimos oito meses, no meu pensamento tem estado o povo de Gaza", partilhou o artista norte-americano aproveitando para apelar, mais do que uma vez, à "libertação da Palestina", num momento bastante saudado por uma parte significativa do público presente. As palavras fechariam, mais de meia hora depois, o concerto, não sem que antes se tenha "celebrado a vida" a dançar, dentro e fora de palco, e com duas heroínas improváveis.
Matilde, adolescente do Porto, e Beatriz, de 11 anos e residente algures em Portugal, foram as duas escolhidas por Macklemore para dançarem uma contra à outra em palco durante 20 segundos, sem amarras e para gáudio do seu ídolo. "Fantástico trabalho", reagiu o rapper.
Seguiram-se, já com 50 mil pessoas em êxtase, os temas "Glorious", lançado em 2017, e "Can't Hold Us", de 2012. No final, acabou nos braços dos fãs e a dizer que "isto é o que um festival de verão deve parecer". "Eu sou o Macklemore, a minha família chama-me Ben. Por favor, chamem-me Ben, vocês são a minha família e não posso esperar por voltar. Libertem a Palestina", disse, e saiu do palco ovacionado.