
Espetáculo "Off" estreia-se a 2 de outubro
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Companhia regressa aos palcos esta sexta-feira e propõe um programa com quatro peças e uma exposição.
Há três anos a companhia Mala Voadora decidiu que em 2020, o mote de "Uma Família inglesa"- ciclo dedicado à dramaturgia britânica e à " família que foram criando do lado de lá" - seria "Fins". Fim de vida, fim de ciclos, fim do Mundo.
Longe de imaginar o contexto pandémico em que nos encontramos, Jorge Andrade, co-diretor da companhia, admite que foi um "prenúncio", também para as dificuldades de programar um conjunto de espetáculos britânicos (a indefinição em relação aos corredores aéreos entre Portugal e o Reino Unido causaram muitas dores de cabeça). Mas apesar de toda a montanha russa percorrida, entre cancelamentos e substituições, a companhia regressa, a partir de hoje e até 4 de outubro, ao palco com quatro espetáculos e uma instalação.
A abrir o ciclo está "Festival", a partir do texto "Sum", do neurocientista David Eagleman , com encenação de Jorge Andrade. A produção já esteve em cena há cinco anos, mas tem agora reposição com um novo elenco. Num escritório, quatro funcionários especulam sobre o que será a vida depois da morte. Jorge Andrade garante que se trata de "uma celebração sobre a vida na Terra". O espetáculo está em cena hoje, às 21 horas; e tem novas récitas amanhã, às 19 horas, e domingo, às 16 horas, no teatro Carlos Alberto, no Porto.
Também esta sexta-feira estreia-se "Everything not saved will be lost" - mensagem que os computadores dos anos 90 deixavam aos "gamers". O texto do dramaturgo escocês Kieran Hurley - numa primeira colaboração com a Mala Voadora - conta a história de uma nave que parte com 99 passageiros congelados, em busca de uma nova localização para viver. Dentro leva a memória de cada um deles e uma saudação para quem os possa encontrar. Acidentalmente, o computador partilha informação com o centésimo e último passageiro desperto. O que fará? A apresentação será esta sexta-feira, às 19 horas, na sede da Mala Voadora, na Rua do Almada.
O programa segue com "Turma de 95", de Raquel Castro, a partir de "Class of 76", dos Third Angel, de quem a Mala Voadora é colaboradora assídua. "Ao olhar para uma foto da sua turma de 95, Raquel Castro escreveu sobre as expectativas e ideias que tinha sobre cada uma das pessoas retratadas. Posteriormente, entrou em contacto com cada uma dessas pessoas, congeladas no retrato, para saber o que lhes tinha acontecido", conta Jorge Andrade. O espetáculo será apresentado na terça e na quinta-feira, no Mosteiro de S. Bento da Vitória.
No dia 2 de outubro, estreia-se "Off", também com direção de Jorge Andrade, a partir do texto "Dying", que Chris Thorpe escreveu para a Mala Voadora. Uma editora recebe um livro e percebe que a história narrada é sobre a sua vida. "É um momento em que a realidade ultrapassa a ficção e já não existe mais nada porque vai tudo acabar, conta Jorge Andrade. "Off" estará em cena no Teatro Carlos Alberto até dia 4 de outubro.
O ciclo tem ainda prevista a exposição "Odd Size Baggage", onde o artista António MV expõe pinturas apagadas, e que vai estar patente de 25 de setembro a 4 de outubro, na sede da companhia Mala Voadora, no Porto.

