"Viva la muerte!" é o novo disco e espetáculo dos Mão Morta. Uma dissecação do fascismo. Apresenta-se amanhã em Faro e a 30 de março no Porto.
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“Tentei ser o mais rigoroso possível na definição do fascismo. Não faço caricatura. A caricatura é o próprio fascismo.” Foi neste modo, documentado e desassombrado, que Adolfo Luxúria Canibal escreveu os nove temas de “Viva la muerte!”, o novo disco e espetáculo dos Mão Morta. Celebração dos 50 anos do 25 de Abril e dos 40 anos da banda, o registo será apresentado amanhã em Faro. Segue-se digressão por Lisboa, Guimarães e Aveiro, entre outras cidades. A 30 de março chega à Casa da Música, no Porto.
Há certamente liberdade artística nas letras, mas Canibal quis fundamentos sólidos para a sua “psicanálise do fascismo”, colecionando leituras de autores que se dedicaram a estudar populismos e extremismos: Carlos Manuel Martins, Rob Riemen, Federico Finchelstein ou Cas Mudde. Porque é o “ressurgimento de ideias que tiveram força há 100 anos” que orienta todo o trabalho de “Viva la muerte!”, grito de guerra das falanges franquistas durante a Guerra Civil Espanhola.