Uma maratona de leitura, que deve durar mais de 14 horas e prolongar-se pela madrugada de sábado, assinala hoje, sexta-feira, em Lisboa o sétimo dia sobre a morte do Nobel da Literatura José Saramago.
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"O ano da morte de Ricardo Reis" é o romance que começa a ser lido ao meio dia de hoje pela viúva do escritor, a espanhola Pilar del Rio, na Casa Fernando Pessoa, que promove a homenagem ao autor falecido dia 18 na sua casa na ilha espanhola de Lanzarote.
O tempo médio para ler uma página é de minuto e meio, pelo que a leitura da obra de 582 páginas deverá arrastar-se pelo menos até às 02:00 de sábado, de acordo com dados disponibilizados à agência Lusa pela directora da Casa Fernando Pessoa, a escritora Inês Pedrosa.
Na leitura colaborarão várias personalidades, entre as quais António Mega Ferreira, Leonor Xavier, José Mário Silva, José Luís Peixoto e Gonçalo M. Tavares, mas a sessão é aberta à colaboração do público.
"Foi um impulso que tive para assinalar o sétimo dia da morte de José Saramago e achei que fazia sentido fazê-lo com uma maratona de leitura de 'O ano da morte de Ricardo Reis', uma vez que é uma obra que tem directamente a ver com Pessoa", disse Inês Pedrosa à Lusa.
"Habitualmente o sétimo dia da morte das pessoas é assinalado com uma missa, mas, como Saramago não era crente, achei que a melhor homenagem que lhe podíamos prestar era lendo a obra dele", acrescentou.
Antes desta maratona, a Casa Fernando Pessoa já promoveu outra, de "As memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado do Assis, em 2008, para assinalar o centenário da morte do escritor brasileiro.
A escritora disse ainda que já tinha pensado realizar esta maratona em vida de José Saramago, o que não foi possível devido "à muito preenchida agenda do escritor e à sua fragilidade física e de saúde nos últimos tempos".
O escritor será também recordado em Novembro próximo quando a instituição dirigida por Inês Pedrosa promover o II segundo congresso internacional sobre Fernando Pessoa, revelou.