Marta Carvalho: o regresso "intimista e intenso" com concerto na Casa da Música
A cantora Marta Carvalho assinala o seu regresso aos concertos com um momento especial, marcado para 12 de setembro, na Casa da Música do Porto.
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Sem atuar em público nos últimos anos, à procura de um "sentido e da razão para cantar", a cantora de Gaia escolheu a Invicta para o seu primeiro concerto, que acontece já esta sexta-feira, na Sala 2 (21.30 horas).
Para a artista, agora com 26 anos, a pausa nas atuações, depois do turbilhão do início da sua carreira - que iniciou muito nova e que incluiu uma passagem pelo "The Voice Portugal" - aconteceu naturalmente, quando tomou consciência de que atuava por motivos que não a realizavam. "Precisei de tempo para encontrar o verdadeiro sentido e a razão para cantar, escrever e compor música. Agora, com 26 anos, tenho a graça de me sentir profundamente movida a cantar de novo, pois encontrei esse sentido que hoje me conduz com uma urgência feliz", frisa. E adianta: "na música e na vida, agora todo o tempo parece-me pouco, pois tenho muito para dizer e uma voz para gastar, dando-a a quem quiser ouvir".
Segundo a cantora e compositora, a escolha da Casa da Música para este regresso tem também um sentido, "porque me é especial, pelos muitos concertos que fiz como instrumentista de orquestra aquando da minha formação, e por ser, evidentemente, um ponto cultural de referência."
Sobre o concerto de sexta-feira, diz que será, em simultâneo, um momento e um lugar: "um momento de interioridade e um lugar de encontro. Desenhado pelo meu repertório mais recente, será uma apresentação tão intimista quanto intensa, com instrumentos orgânicos e com músicos não só exímios como apurados no que toca à espiritualidade, tal como as canções exigem e o público merece", destaca. E conclui: "este concerto é um ponto de viragem para mim, mas julgo que não seja isso o mais importante. Estarei ao serviço de quem ouve".
A artista toca desde os 12 anos, tendo estudado clarinete e tocado em orquestras. Em 2016, com apenas 17 anos, foi finalista do "The Voice Portugal" e mudou-se depois para Lisboa, integrando o Estúdio de Produção e Composição Great Dane Studios.
Em 2020, foi convidada pela RTP para concorrer ao Festival da Canção desse ano: fê-la como compositora de "Medo de sentir" e o tema, interpretado por Elisa, venceu a competição. No entanto, acabou por não representar Portugal no Festival Eurovisão, devido ao cancelamento do concurso internacional devido à pandemia de covid-19.
Apesar de, em anos recentes, ter assumido o afastamento voluntário do projeto musical que criara em nome próprio, a música focou-se na composição e produção para outros artistas, continuando a dar aulas particulares: "ia compondo para mim própria sem as pressões e condições que a indústria me exigia, e discernindo melhor qual seria a minha direção", refere.
Ao longo dos anos, já escreveu para nomes como Fernando Daniel, April Ivy ou Sea. Agora, os novos temas para o seu projeto, já disponíveis nas plataformas digitais, mostram um lado diferente da cantora, sonoridades mais íntimas, vulneráveis e puras. Nas suas palavras, "ao encontrar a verdadeira razão para fazer música, as canções tomam agora o mesmo caminho que o meu interior leva, sem constrangimentos: Nostálgicas, melancólicas, espirituais e densas."