O programa de Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura foi apresentado, dia 14 de Dezembro, sem grandes estrelas internacionais. Numa programação que assenta na cidade e suas raízes, o destaque vai mesmo para o corte de verbas em 30%.
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Dos cerca de 600 eventos que a Fundação Cidade de Guimarães, organizadora da Capital Europeia da Cultura, apresentou, grande parte são residências artísticas e exposições.
O orçamento para todas as actividades até 2015 é de cerca 25 milhões de euros, sendo que a maior parte desse valor é destinado ao ano do evento.
Há nomes internacionais em destaque, como Jean-Luc Godard, Ute Lemper ou Michelangelo Pistoletto, mas a maior parte do cartaz é nacional, como são exemplo os Expensive Soul, Buraka Som Sistema ou António Victorino d'Almeida. Além disso, a maior parte dos artistas internacionais já actuaram em Portugal, em muitos casos, mais do que uma vez.
No final da apresentação do programa, João Serra, presidente da organização, admitiu que o planeamento inicial sofreu "um corte de 30% da dotação de 2012". Os constrangimentos já tinham sido impostos "no Orçamento do Estado de 2011 e agora no de 2012", adiantou ainda.
No total, continuou João Serra, são "três milhões de contrapartida financeira" que deixam de estar nos planos para os espectáculos do próximo ano. Ainda assim, o presidente da Guimarães 2012 considera que "a qualidade da programação não foi afectada", uma vez que "os vimaranenses estão habituados a fazer muito e bom com pouco".
Para colmatar a redução financeira, a organização apostou na criatividade dos espectáculos, misturando, por exemplo, a Fundação Orquestra Estúdio com artistas dos mais variados estilos. Esta criatividade teve como base a cidade do evento, Guimarães, "que é a estrela, e as pessoas da cidade são as estrelas", referiu, por seu lado, Carlos Martins, director executivo da Fundação Cidade de Guimarães.
Ideias da população
Como exemplo daquela aposta, destaca-se o espectáculo de comunidade, que vai encerrar o ano cultural de 2012 e que vai ser feito a partir das ideias da população com cariz nas raízes urbanas.
As "Biografias Vimaranenses", a editar até Maio, ou as "Ideias Urbanas", que será um espaço de discussão da cidade, são outros exemplos da aposta interna.
Na apresentação, no renovado espaço ASA, a Fundação Cidade de Guimarães apresentou o programa por ordem cronológica, em quatro tempos. Assim, haverá Tempo para Encontrar (21 de Janeiro a 23 de Março), Tempo para Criar (24 de Março a 23 de Junho), Tempo para Sentir (24 de Junho a 20 de Setembro) e Tempo para Renascer.