Esta sexta-feira, 20 de junho, passam pelo Parque da Bela Vista FKA Twigs, Azealia Banks, Róisín Murphy, Scissor Sisters e e Model/Actriz, entre outros. Os Maquina e Best Youth já fizeram os aquecimentos.
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Foi preciso o Meo Kalorama mudar para junho – alteração que eventualmente será temporária – para fazer jus ao nome. Sexta-feira, segundo dia de festival, segundo dia de calor no Parque da Bela Vista, um pouco menos do que na véspera e a adivinhar uma noite de Solstício mais fresca, mas ainda assim daquelas tardes que tornam as subidas de colinas difíceis, a hidratação essencial, e criam miniaglomerados espontâneos na sombra de cada árvore, palco ou estrutura.
“Um calor do c…” resumiria em poucas palavras Halison Peres, baterista e vocalista dos Maquina (escreve-se assim mesmo, sem acento), num dos primeiros concertos do dia. Os lisboetas levaram o seu rock-dance-noise inspirado no krautrock e techno industrial aos festivaleiros recém-chegados, Peres constantemente a apelar ao movimento: “Embora dançar”, dizia repetidamente o baterista, t-shirt dos Sepultura, energia arrebatadora, dele e de cada um dos elementos em palco, distorção, repetição e psicadelismo no som e imagens, um concerto que despertava curiosidade dado o hype em torno do grupo (que já tinha passado pelo Paredes de Coura e tem atuado no estrangeiro) e que não defraudou.
No palco Meo, ou principal, os portugueses Best Youth, veteranos do dream pop e indie nacional, trouxeram um concerto bem mais calmo, mas nem por isso com menos entrega, Catarina Salinas a cumprimentar o público depois de “Eternal love”: “que lindos que vocês estão” dizia, vestido amarelo, dança e movimento constante, dedicação completa ao momento e a um público ainda disperso.
Esta noite, a britânica FKA Twigs é cabeça de cartaz, um regresso esperado depois de uma passagem feliz pelo Primavera Sound Porto, há 10 anos: esteve para repetir a dose em 2023, mas acabaria por cancelar.
Fenómeno do Spotify, com muitos fãs acérrimos, para a reencontrar, os portugueses terão de esperar até às duas da manhã: tendo antes, é certo, música variada para ouvir, da irlandesa Roisin Murphy, à nova-iorquina Azealia Banks, ou o regresso dos Scissor Sisters às digressões, 12 anos depois; sem esquecer projetos marcantes da atualidade como Model/Actriz e Boy Harsher, no palco secundário.