A rodada final no palco Meo do Sudoeste foi servida pelo sueco<strong> </strong>Steve Angello, que apresentou o melhor set de música eletrónica de todo o festival.
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O DJ que formou parte dos Swedish House Mafia, trio considerado pelas revistas especializadas como representante máximo do house progressivo 'mainstream', não reduz na bordoada com que Steve Aoki ou Martin Garrix agitaram o público noutras noites do festival, mas acrescenta camadas bem mais sofisticadas às suas remisturas.
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A sua versão de "Sweet dreams (are made of this)", dos Eurythmics, que o levou ao top britânico de vendas em 2005, é apenas um exemplo de como é possível sacudir uma multidão sem prescindir do sentido estético.
Momentos antes, as gémeas australianas Nervo - Miriam e Olivia - espalharam a sua boa disposição pela Herdade da Casa Branca, cativando o público com remisturas de músicas como "One dance", de Drake, "We will rock you", dos Queen, ou "Smack my bitch up", dos Prodigy. "You're gonna love again", single do disco de estreia da dupla, "Collateral" (2015), também pôs pernas e braços a mexer na plateia. Alguns, já sem forças, limitavam-se a abanar a cabeça, sentados na relva, em tom de aprovação.
As únicas mulheres DJ a atuar no festival trouxeram uma lufada de ar fresco e uma descarga enérgica de EDM (música de dança electrónica), não se furtando a lançar "A big beijo Portugal" e a hastear a bandeira lusa no final do espetáculo.
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A dupla holandesa Sunnery James e Ryan Marciano lançou a sua house cimentada sobre canções conhecidas do grande público para uma plateia reduzida, mas atenta às manobras dos DJ. O divertimento, contudo, encontrava-se no extremo oposto do recinto, com a tenda Moche Room a abarrotar para assistir ao espetáculo de variedades e travo circense Moche Push the Button.
Num recinto muito mais desafogado do que nos restantes dias, alguns aproveitaram para queimar os últimos cartuchos nos divertimentos, arrecadar os últimos brindes ou simplesmente contemplar o espaço onde foram felizes durante uma semana.
A abertura da última noite no palco principal do Meo Sudoeste coube a Jimmy P, o rapper mais cosmopolita de Portugal. O seu mundo vasto advém de um percurso que passou por Angola, Paris, Porto e Barreiro e reflete-se na música que pratica: um hip hop imerso na soul, no reggae ou no jazz, o que desdobra as possibilidades de um género que por vezes afunila na auto-referência.
Ainda bem que Jimmy P não seguiu as pisadas do pai, Jorge Plácido, antigo avançado do Porto e do Sporting, e preferiu subir aos palcos. Na atuação deste domingo, convidou ainda Agir ("Dois dias") e Diogo Piçarra ("Entre as estrelas") para participarem no espectáculo. Há estrelas novas e vibrantes na música portuguesa.
Logo a seguir vieram os Cali y el Dandee, dois irmãos colombianos que centrifugam a eletrónica, o hip hop e os sons latinos. A cereja em cima do cocktail foi o tema que adaptaram para cantar em bom português "Foi o Éder que os f..."
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