Na história da democracia, o Ministério da Cultura já perdeu a sua autonomia por quatro vezes, incluindo ter sido reduzido a Secretaria de Estado.
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As sucessivas alterações na configuração do Ministério da Cultura evidenciam as diferentes estratégias governativas para lidar com o setor cultural. A oscilação entre dar autonomia à pasta ou integrá-la noutras áreas continua a marcar o debate.
A primeira fusão deu-se em 1979: Ministério da Cultura e Ciência, no V Governo Constitucional. A pasta foi atribuída a Adérito Sedas Nunes, mas durou poucos meses, até janeiro de 1980.
Entre 1981 e 1983, nova junção: Ministério da Cultura e Coordenação Científica, liderado por Francisco Lucas Pires, no VIII Governo. A configuração também teve vida curta, refletindo a instabilidade da estrutura governativa.
Já no século XXI, entre 2011 e 2015, o XIX Governo Constitucional decidiu extinguir o Ministério da Cultura, transferindo as suas competências para uma Secretaria de Estado da Cultura, com Jorge Barreto Xavier.
Em 2015, no início do XX Governo, foi criada uma nova fusão: o Ministério da Cultura, Igualdade e Cidadania, liderado por Teresa Morais. Teve existência efémera: durou menos de um mês – de 30 de outubro a 26 de novembro.