Banda de Brooklyn editou segundo disco em maio, novo álbum de sons abrasivos, pulsantes e por vezes caóticos. Passa a 20 de junho pelo Meo Kalorama.
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É difícil não encontrar paralelismos entre elementos sonoros dos Chk Chk Chk ou LCD Soundsytem com os Model/Actriz: na batida irreverente e incansável, no ritmo frenético, nas camadas desalinhadas, no cantar por vezes falado. Mas o grupo de Brooklyn, EUA, está a cravar um lugar muito próprio, uma sonoridade sua: mais industrial, apurada, abrasiva. E confirma-o com “Pirouette” segundo disco editado em maio, pela True Panther/Dirty Hit.
O abanão da banda começou em 2023, com o álbum de estreia, “Dogsbody”. O quarteto composto por Cole Haden, Jack Wetmore, Ruben Radlauer e Aaron Shapiro – três ex-estudantes da reputada escola Berklee de Boston e um recrutado vocalista – apresentava-se ao mundo através de um álbum com muitos pontos de escuridão e alguns focos de luz, uma sonoridade pulsante e incisiva, um baixo esmagador, uma guitarra abrasiva, um muito carismático cabecilha na voz, Cole Haden.
Este ano, “Pirouette” comprova e reforça a marca do grupo: o segundo disco é abrasivo, intenso, por vezes claustrofóbico, visceral. As guitarras base e as batidas são tensas e disruptivas, a eletrónica e disco-punk fundem-se com rock, funk, com muito industrial. A forma como Haden debita os vocais é teatral, ela dita o mote e o mood da canção. Nas letras, sexo e violência, desejo de autocontrolo e de integração.
Ao vivo, a banda é conhecida por entregar espetáculos ainda mais viscerais e catárticos, escuridão cortada com frenéticas luzes strobe, caos sonoro mas controlado, liderado por um cantor performativo com um pouco de punk e muito de Lady Gaga – uma sua referência assumida. “Pirouette” foi co-produzido e misturado por Seth Manchester (Mdou Moctar) e masterizado por Matt Colton (Aphex Twin, James Blake). Portugal vai poder ver o grupo ao vivo já no próximo dia 20, no Meo Kalorama, em Lisboa.