Autora de duas dezenas de obras no campo da ficção, Filomena Marona Beja morreu no passado fim de semana aos 78 anos, anunciou a sua editora, Parsifal.
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As ciências foram a área de formação de Filomena Marona Beja, que desenvolveu a sua actividade profissional na área da documentação técnico-científica, mas foi através da literatura que o seu nome se tornou familiar para os leitores mais atentos.
A estreia literária aconteceu apenas em 1998, quando tinha 43 anos, mas o livro em causa, "As Cidadãs", foi de imediato bem recebido pela crítica e pelos leitores, devido ao estilo singular da sua escrita. Esse elemento diferenciador atravessou os quase 20 livros que publicou em géneros como o romance, o conto, a novela ou a crónica. Paralelamente a estas publicações, foi colaborando noutras edições, com destaque para as promovidas pela associação Abril em Maio e pela Casa da Achada.
Com várias edições dos seus livros noutros idiomas, Marona Beja foi galardoada com vários prémios, como aconteceu com o Grande Prémio de Literatura DST ("A Sopa") ou o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLB pelo romance "A Cova do Lagarto".
"O património literário e humano que nos deixa é um exemplo maior de denúncia das injustiças sociais e constitui um grito vivo de defesa dos ideais de liberdade e de solidariedade, pelos quais sempre lutou e que abnegadamente defendeu", escreve a editora Parsifal, responsável pelas suas edições mais recentes, numa nota de pesar enviada à imprensa, na qual revela ainda as cerimónias fúnebres se realizaram no concelho de Sintra, onde residiu desde 1967.
Numa recensão crítica publicada em maio de 2021 no "Jornal de Notícias" acerca do livro "Histórias de Liberdade e Outras", é destacada "a obra original e profundamente livre" da autora de "Avenida do Príncipe Perfeito", onde se respira "a doce aragem da liberdade".
O seu último livro, "Novelas ao vento", foi publicado em abril de 2023.