O cantor Nuno Guerreiro, vocalista do banda Ala dos Namorados, morreu esta quinta-feira, aos 52 anos, avançou a SIC Notícias, citando o presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo. O artista, que se popularizou na década de 90, estava internado desde ontem num hospital em Lisboa.
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"Estamos destroçados", escreveu o autarca numa publicação no Facebook, dando conta da morte do cantor e acrescentando que a Câmara "emitirá um comunicado nas próximas horas".
Nuno Guerreiro, que colaborava com o Cineteatro Louletano na área de produção, morreu num hospital em Lisboa, onde tinha dado entrada na quarta-feira, segundo a agência Lusa.
O músico tinha dado dois concertos a 30 e 31 de março, no Cineteatro Louletano, com os "Mau Feitio" e os Artistas de Minerva, numa homenagem à obra de Carlos Paredes.
Nuno Guerreiro, que nasceu em Loulé, em 1972, descobriu cedo o gosto pela música, tendo como grande influência Amália Rodrigues. Aos 16 anos integrou a Escola de Dança do Conservatório, em Lisboa. Colaborou com o grupo Diva e foi numa dessas atuações que despertou a atenção de Carlos Paredes, que decidiu convidá-lo, em 1992, a participar em duas atuações.
A Ala dos Namorados, criada por João Gil, Manuel Paulo e João Monge, descobriu Nuno Guerreiro num desses espetáculos, desafiando-o a integrar a banda, responsável por temas como “Solta-se o beijo”, “Fim do mundo” ou “Loucos de Lisboa”.
Ao longo dos 30 anos de carreira, a banda editou oito álbuns de estúdio, dois álbuns ao vivo e uma compilação “de grandes êxitos”. Em 1994, editou o álbum de estreia, homónimo. José Moz Carrapa deixou a Ala dos Namorados após a edição do terceiro álbum, “Alma” (1996), e João Gil acabou por abandoná-la em 2006, para formar projetos como a Filarmónica do Gil e O Baile.
A Ala dos Namorados continuou, tendo editado outros álbuns entretanto. Em 2023, regressou aos palcos com o músico João Gil e o cantor Nuno Guerreiro “ao leme” do projeto, tendo sido na mesma ocasião anunciado um regresso aos discos.
Com os músicos Olavo Bilac e Tozé Santos criou o projeto “Zeca Sempre”, do qual foi editado um álbum, “O que faz falta – Zeca Afonso”, que tem como subtítulo: “As mensagens intemporais de José Afonso, numa nova sonoridade”, editado em 2011. “Vira de Coimbra”, “No Lado do Breu”, "Redondo Vocábulo", “Menino do Bairro Negro” e “Saudades de Coimbra” são alguns dos temas que integram o álbum.
A solo editou quatro álbuns: “Carta de amor”, em 1999, “Tento saber”, em 2002, “Gangster mascarado”, em 2011, e “Na hora certa”, em 2022.
Depois de ter vivido em Lisboa e em Setúbal, o músico regressou a Loulé, onde atualmente trabalhava em direção de cena e produção no Cine-Teatro Louletano.
Atuação na redação do JN
Nuno Guerreiro e João Gil estiveram, em março de 2023, na redação do JN para apresentar em estreia absoluta de novos singles do álbum "Brilhará". O grupo comemorava, na altura, 31 anos de carreira.