René Pélissier, historiador francês que se destacou no estudo da história colonial portuguesa e na história dos países lusófonos da África, faleceu aos 88 anos.
Corpo do artigo
O continente africano e as ligações coloniais foram os objetos maiores de estudo da obra de René Pélissier, consagrando-lhes um aturado estudo que se iniciou na década de 1960 e se prolongou até ao resto da sua vida profissional.
Doutorado pela Universidade da Sorbonne em 1975, com a tese intitulada "Résistances et révoltes en Angola. 1845-1961", foi distinguido em 1978 com o Prix Kastner-Boursault, da Academia Francesa, especializando-se em particular na história colonial e militar de Portugal e dos países lusófonos e hispanófonos de África, Ásia e Oceania nos séculos XIX-XX.
Em Portugal, estão disponíveis uma dúzia dos seus livros, que se debruçam sobre a história de Moçambique, Guiné ou Timor, além de ensaios sobre as campanhas de Angola. Os seus livros mais recentes disponíveis nas livrarias nacionais são "Portugueses e espanhóis na Oceania", de 2018, e "Angola e Moçambique no crepúsculo do império", de 2022.
Foi nesse ano que a Universidade de Lisboa lhe atribuiu o doutoramente honoris causa, em reconhecimento do seu esforço continuado de estudo e investigação em prol da História de Portugal dos séculos XIX e XX, desfazendo vários mitos em torno do assunto.
O historiador natural de Nanterre ofereceu na ocasião à Universidade de Lisboa uma biblioteca de mais de 12 mil obras publicadas depois de 1820, a maior parte delas sobre o antigo império português.