O som, muito baixo, marcou negativamente o segundo dia do Festival Manta, quem ficou atrás não foi capaz de perceber as letras.
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Ficou claro que para o público português Rodrigo Amarante está marcado pelo tema "Tuyo", da banda sonora da série "Narcos". O concerto mal tinha começado, na noite de sábado, nos jardins do Centro Cultural Vila Flor, e já se pedia pela canção. O momento acabou por chegar, contudo, o cantor e compositor brasileiro trouxe muito mais e talvez até alguns temas mais interessantes. O Manta, todavia, não foi o melhor momento para conhecer o trabalho de Rodrigo Amarante, nem para ouvir o álbum de estreia de Bia Maria, que fez a primeira parte do concerto. O som estava muito baixo e quem ficou mais atrás não conseguiu ouvir.
Foto: DR/A Oficina
É verdade que os dois artistas da segunda noite do Festival Manta pediam ambientes intimistas. São contadores de histórias, portadores de mensagens profundas, com o acompanhamento simples de um violão. Talvez tenha sido por essa razão que quem "fez o som" optou por um volume tão baixo - para criar atmosfera. Pode ter resultado na primeira fila, 25 metros atrás, quem chegou mais tarde, não conseguiu perceber as letras.
As melodias eram bonitas e, em alguns casos, isso até já era conhecido, mas teria sido agradável acompanhar as letras, num concerto em português (quase todo). "Em que língua é que ele está a cantar agora, não consigo perceber?" - perguntava alguém. "Mais alto", gritavam outros. "Tuyo" acabou por chegar, quem estava mais atrás adiantou-se um pouco para ouvir e foi o pico do concerto do brasileiro. Injusto para Rodrigo Amarante que tem mais canções muito boas para mostrar. Bia Maria revelou-se sempre extremamente comunicativa, com tiradas como: "A próxima é triste, peço desculpa". O certo é que conseguiu uma conexão com o público e, apesar das limitações técnicas, teve o seu momento alto quando pôs quase toda a gente a cantar com ela.