Museu do Fado faz ciclo Amália Rodrigues

Sara Pereira adiantou que está previsto "um ciclo especial de memórias de Amália na televisão portuguesa que vai desde 1960 até à sua morte, em 1999". Ainda não há data para o seu início.

"Há um riquíssimo espólio de programas e documentários em que Amália foi protagonista, e que a maioria das pessoas não conhece, e que iremos exibir", disse a responsável.

Outro projecto liga-se à associação Cassefaz com a apresentação da peça "Amália em Nova Iorque" encenada por Miguel Abreu e protagonizada por Maria José Pascoal.

"Estão ainda previstas várias visitas ao Museu, cantadas, evocando o repertório da fadista", disse.

Sara Pereira afirmou que o Museu prevê "um programa alargado de iniciativas e em colaboração com outras instituições como o Teatro S. Luiz, desde que tenham a dignidade e o rigor que a sua memória nos merece".

A exposição "As mãos que trago", sobre Alain Oulman, procura mostrar a personalidade multifacetada que "operou uma renovação na produção do fado", disse Sara Pereira.

Alain Oulman "assume um plano de absoluta centralidade ao protagonizar com Amália Rodrigues, a partir dos alvores da década de 1960, um dos mais marcantes momentos da história do fado, pontuado pelo encontro definitivo da poesia clássica e erudita com o universo fadista".

A fadista, numa carta ao músico, patente nesta mostra, pede-lhe para que encontrasse "mais versos" e fizesse "novas músicas".

Alain Oulman compôs exclusivamente para a voz de Amália durante a sua vida. "Fado português", de José Régio, "Naufrágio", de Cecília Meirelles, "Gaivota", de Alexandre O'Neil, "Maria Lisboa", de David Mourão-Ferreira, ou "Com que voz", de Camões, foram alguns dos fados que compôs para Amália.

O ano passado Camané gravou vários inéditos do compositor falecido em 1990, designadamente "Sei de um rio" e "Te juro", de Pedro Homem de Melo.