Instituição abre na próxima quinta-feira em Lisboa, no Palácio Nacional da Ajuda. Projeto de 31 milhões de euros expõe joias e peças da ourivesaria real portuguesa.
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Uma das maiores caixas fortes do mundo (40 metros de cumprimento, dez de largura e dez de altura) guarda o espólio do Museu do Tesouro Real, localizado na ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. O espaço abre portas ao público nesta quinta-feira, dia 2, depois da inauguração, quarta-feira 1, conduzida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas e o presidente adjunto da Associação de Turismo de Lisboa, José Luís Arnaut.
A caixa forte tem três pisos e está munida com sofisticados equipamentos de segurança e videovigilância, portas blindadas de cinco toneladas, vitrines com controlo de temperatura e humidade e vidros à prova de bala.
À entrada, como a reportagem do JN comprovou durante uma pré-visita, na manhã desta segunda-feira, há ainda um detetor de metais e uma porta giratória acionada por um cartão magnético. Esta porta tem reconhecimento corporal e pode ser bloqueada caso se verifique alguma falha de segurança.
A partir daqui é sempre a subir até à imponente caixa forte dourada - como que a fazer jus aos tesouros que guarda -, que exibe mais de mil objetos, entre joias e peças de ourivesaria real portuguesa. O espaço tem pouca iluminação, mas a luz que incide sobre as peças permite ver autênticas relíquias como uma pepita de ouro nativo, um colar da Ordem Militar da Torre e Espada, uma coroa real, uma cadeira de braços usada como trono real, a laça de esmeraldas de D. Mariana, um hábito da ordem do Tosão de Ouro - composto por dois diamantes cor de rosa, rubis, safira, ouro, prata - ou a espada de honra com talim que foi oferecida ao rei D. Miguel, em 1829, pela sua irmã, D. Maria Teresa, princesa da Beira.
A exposição permanente do Museu do Tesouro Real encontra-se estruturada em 11 núcleos: ouro e diamantes do Brasil, moedas e medalhas da Coroa, joias do acervo do Palácio Nacional da Ajuda, ordens honoríficas, insígnias régias, objetos de uso civil em prata lavrada, coleções particulares, ofertas diplomáticas, Baixela Germain e viagens do tesouro real.
Visitantes: 275 mil por ano
A totalidade do projeto tem um valor de investimento de 31 milhões de euros, maioritariamente viabilizado pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa (18 milhões de euros). O Ministério da Cultura/ Direção Geral do Património Cultural investiu 4, 8 milhões de euros e a Associação de Turismo de Lisboa 9 milhões de euros.
A pré-visita aos jornalistas desta segunda-feira foi acompanhada pelo diretor geral do Turismo de Lisboa, Vítor Costa, pelo diretor do Palácio Nacional da Ajuda, José Alberto Ribeiro, pelo diretor geral do DGPC e arquiteto responsável pelo projeto, João Carlos dos Santos, e por Pedro Moreira, diretor de operações do Museu do Tesouro Real.
O projeto museológico foi da responsabilidade da Direção Geral do Património Cultural e do Palácio Nacional da Ajuda, tendo sido o layout da museografia concebido pela Providência Design.
Esperam-se 275 mil visitantes anualmente, sendo que desse valor 60 % devem ser estrangeiros.