O Global Citizen Live é o Live Aid do século XXI. A partir das 18 horas haverá dezenas de concertos em cidades de todos os continentes.
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O organizador do Live Aid, Bob Geldof, disse que 95% dos televisores do planeta estariam sintonizados nesse grande festival de beneficência realizado em 1985. Trinta e seis anos depois já não há só ecrãs de televisão - há de telemóveis, portáteis, tablets, etc. E todas elas poderão captar o Global Citizen Live, o "evento de uma geração" que visa alertar para a desigualdade na distribuição das vacinas contra a covid-19, a pobreza extrema e as alterações climáticas. Os objetivos são claros: doar mil milhões de doses de vacinas; angariar 7 mil milhões de euros para combater a fome e 500 milhões para programas educacionais.
Também no alcance geográfico há um claro update relativamente ao Live Aid: enquanto o certame de 1985 teve lugar em duas cidades - Londres e Filadélfia, com Phil Collins a viajar de Concorde para atuar em ambas - o Global Citizen Live propõe concertos em várias cidades dos cinco continentes, ao longo de 24 horas, cobrindo todos os fusos horários. Haverá atuações em direto de Nova Iorque, Paris, Sydney, Rio de Janeiro ou Mumbai, todas elas com público mas sujeitas às restrições de cada país relativamente à pandemia, e ainda performances pré-gravadas de nomes como BTS (em Seul), Andrea Bocelli (Toscânia), Green Day (Los Angeles) ou Metallica (Louisville).
Os espetáculos, necessariamente breves, poderão ser acompanhados no site da ONG Global Citizen, em televisões como a BBC, ABC ou FX, e em aplicações e plataformas como a Apple Music, YouTube, Twitter ou iHeartRadio. As transmissões em Portugal poderão ser acompanhadas a partir das 18 horas de hoje.
plano de recuperação
Contando com o apoio de dezenas de organizações ambientais e de combate à pobreza, o evento é também caucionado pelos governos de 35 países, a presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, a Organização Mundial de Saúde e inúmeros dirigentes e figuras notáveis de todo o planeta. A data escolhida não é inocente: coloca-se entre a última Assembleia Geral da ONU e a próxima reunião do G20, em outubro. O objetivo é sensibilizar empresas e governos para as necessárias ações que concretizem um plano mundial de recuperação pós-pandemia. "A covid-19 empurrou mais de 160 milhões de pessoas de volta à pobreza extrema e estagnou os progressos na área das alterações climáticas. Devemos retificar os danos causados e responsabilizar os líderes mundiais e as empresas para assegurar que o mundo inteiro recupera desta pandemia", declarou o chefe executivo da Global Citizen, Hugh Evans.