Após dois anos de silêncio por causa da pandemia, a música voltará a ouvir-se em Paredes de Coura.
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A Ritmos, promotora do Vodafone Paredes de Coura, que teve de cancelar as edições de 2020 e 2021, organizou um festival para encher o coração da vila em vésperas de Natal. O evento, com 23 bandas nacionais no alinhamento (os ingleses PVA são a exceção), decorrerá em três espaços cobertos no centro da localidade: o palco principal numa tenda instalada no Largo Hintze Ribeiro e extensões na Caixa da Música e no Quartel das Artes. A lotação é de 800 pessoas e esgotou muito antes da estreia.
Nos últimos dias, por causa das novas regras relacionadas com a pandemia, a organização teve de rever as condições de acesso, mas, segundo João Carvalho, da Ritmos, "nada que belisque" o tão esperado festival, que dá pelo nome de Courage Club. "Nunca um nome assentou tão bem a um evento. Quando o planeamos já era um ato de coragem, agora [com o aumento de casos e a nova variante ómicron] maior se torna", afirma o promotor, referindo que realização dos concertos será sujeita "a algumas precauções, como uso de máscara e testagem à entrada", mas permitirá a Coura matar saudades dos festivaleiros.
"É um evento que é feito com coragem numa terra que vive da música há 29 anos, que tem um comércio dependente de alguma forma desse festival [Vodafone Paredes de Coura] e do qual teve de abdicar nos últimos dois anos de forma forçada", sublinha João Carvalho, que se diz "muito feliz" por poder, novamente, levar "alegria e gente a Paredes de Coura, e dar trabalho às bandas, técnicos e às muitas empresas de infraestruturas que aqui vão estar".
Promover e dar palco
Entre sexta-feira 3 de dezembro e sábado 4 vão animar Coura diversas sonoridades feitas em Portugal, mais ou menos conhecidas do público. De Samuel Úria a Chico da Tina, de Pedro Mafama a Maria Callapez, dos Sensible Soccers ao set de DJ de Nuno Lopes (ler caixa).
O Courage Club pretende ser um incentivo à atividade de um "setor que estava moribundo". "O objetivo era, nesta primeira edição, pelo menos, apoiar a música portuguesa e dar trabalho às empresas", comentou João Carvalho, adiantando que, para organizar o evento, "o difícil foi escolher as bandas, porque são 23 e parecendo muitas são poucas". "Hoje há uma qualidade muito grande na música em Portugal. Há projetos maravilhosos que não têm tido oportunidade de tocar. Este Courage é a forma de promover e dar palco a bandas que também estão a passar um mau bocado", sublinhou.
O empresário da Ritmos lamentou que os lugares disponíveis tenham ficado aquém da procura, mas entende a situação como um sinal que "Paredes de Coura ganhou um segundo evento" anual. "Se houvesse o dobro, o triplo, dez vezes mais bilhetes, tínhamos vendido. Tem sido realmente frustrante ver pessoas que queriam vir e não podem porque está esgotado". E conclui: "Por outro lado, isso dá-nos a certeza que nasceu uma marca. Temos o Paredes de Coura, temos o Primavera Sound, o Gente Sentada e agora temos o Courage, que de certeza absoluta voltará no próximo ano".
Cartaz
Sexta-feira
Courage Club Stage: Pedro Mafama (21.00), Sensible Soccers (23.00), Moullinex (00.30)
Quartel Stage: Unsafe Space Garden (19.00), Dada Garbeck (22.00)
Caixa da Música Stage: The Lemon Lovers (19.00), Evols (21.30), Gator, the Alligator (00.00), Maria Callapez (01.30), DJ Paços b2b Titus J (2.45)
Sábado
Courage Club Stage: Ocenpsiea (18.00), B Fachada (19.30), Samuel Úria (21.30), PVA (23.00), Chico da Tina (00.30)
Quartel Stage: Quadra (17.00), Paraguaii (18.00), Wicked Youth (19.00), DJ Nuno Lopes (02.00)
Caixa da Música Stage: Rita Vian (17.00), Tó Trips (18.30), Whales (22.00), Catarina Silva (01.30), Alfaer (02.45)