"Rocketman" contra percalços e ascensão musical de um dos artistas mais bem-sucedidos do Mundo. Estreia esta quinta-feira o filme que demorou 20 anos a produzir.
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Depois de "Bohemian Rhapsody", sobre a vida de Freddie Mercury, um dos maiores ícones mundiais da pop/rock, e antes da chegada de "Variações", sobre a vida do lendário músico português dos anos 1980, eis a aguardada estreia de "Rocketman", filme que demorou duas décadas a produzir e que tem como alvo Sir Elton John, o músico britânico de 72 anos que já vendeu mais de 300 milhões de discos.
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Realizado por Dexter Fletcher, o filme foi produzido e apoiado pelo próprio músico, como ficou demonstrado na antestreia mundial no Festival de Cannes quando o artista desfilou na passadeira vermelha ao lado de Taron Egerton, o ator que veste a pele de Elton Jonh e que revela os seus dotes vocais em temas que fazem parte do imaginário coletivo, como Your song", "Tiny dancer", "Bennie and The Jets" e "Rocketman", que dá nome ao filme.
Fugindo ao guião habitual dos filmes biográficos que se debruçam sobre o percurso cronológico de uma vida até ao presente ou até à morte, "Rocketman" foca-se sobretudo nos primeiros anos de vida do músico. É fantasia musical mais do que narrativa convencional.
Figura extravagante
Figura extra"Rocketman" é interessante para testemunhar como o jovem e tímido pianista Reginald Kenneth Dwight (nome verdadeiro de Elton Jonh) se transformou numa das figuras mais extravagantes da cena musical e como o seu percurso de entertainer foi moldado pela relação que manteve com o letrista Bernie Taupin e com o empresário - e amante, a dada altura - John Reid.
A vida pessoal do cantor foi o motivo do atraso do filme. Elton John não queria que os seus dias de droga e sexo fossem omitidos, mas os produtores temiam que, mostrando-os, o filme tivesse de ser classificado como impróprio para menores. "Não queria um filme recheado de drogas e sexo, mas todos sabem que tive bastante dos dois durante os anos 1970 e 1980. Por isso, não fazia muito sentido produzir um filme que dissesse que depois de cada concerto eu voltava para o meu quarto de hotel com um copo de leite quente e uma Bíblia", declarou ao jornal "The Guardian".
O guião original foi escrito por Lee Hall, autor da história de "Billy Elliott", o filme sobre o menino que queria ser bailarino contra a vontade do pai que o desejava pugilista. Aliás, Elton John ajudou Lee Hall a montar a versão de palco de "Billy Elliott" e a personagem no cinema foi interpretada por Jamie Bell, que então se estreava aos 13 anos e que é hoje o Bernie Taupin de "Rocketman".
Quem gostou de "Bohemian rhapsody" vai gostar de saber que Dexter Fletcher foi o escolhido para terminar o filme sobre o vocalista dos Queen após o despedimento de Bryan Singer. Mas é sobretudo Taron Egerton que enche a tela e o espaço sonoro.
O inglês de quase 30 anos, membro da equipa permanente dos "Kingsman" e o mais recente Robin Hood da tela, sucedeu a uma enorme galeria de pretendentes ao papel: Justin Timberlake foi a primeira escolha de Elton John; Tom Cruise recusou; James McAvoy e Daniel Radcliffe chegaram a ser considerados.