Natal que é Natal tem que ter “O quebra-nozes”

Num ano em que a programação balética parece estar um pouco arredada dos grandes teatros nacionais, a época impõe a fidelidade às tradições – e não pode haver Natal sem “O quebra-nozes”. E, tal como a pandemia nos habituou, ainda que nada possa substituir o desfastio de um espetáculo ao vivo, o streaming poderá ser a  salvação dos amantes do balé. E Clara, Fritz, Drosselmeyer, o Rei dos Ratos e a Fada do Açúcar poderão continuar a fazer parte do imaginário natalício familiar.

A Amazon Prime Vídeo oferece várias versões da obra maior de Tchaikovsky. A interpretação, de 1986, da companhia  Pacific Northwest Ballet é uma das mais tradicionais que existe. São maravilhosos os cenários e figurinos de Maurice Sendak, que colaborou com o coreógrafo Kent Stowell para trazer a história original de Hoffmann de 1816.

Esta versão usa a partitura clássica de Tchaikovsky, que Sendak descreveu como “rara e genuína e faz justiça ao mundo privado das crianças”. 

Há também uma disruptiva versão do clássico intitulada “The slutcracker”, mas esta é uma versão só para adultos  composta de drag queens, dançarinas do ventre e um enredo de empoderamento sexual feminista queer, dirigido por John Waters.

O espetáculo estreou em 2008, e esgotou reiteradamente o Somerville Theatre, em Massachusetts. “The slutcracker” foi lançado em formato  de  filme durante a pandemia. E pode ser visto diretamente na plataforma Theslutcracker.com. 

Numa versão que não é exclusivamente balética da Disney+, está também o filme “O quebra-nozes e os quatro reinos”, de 2018, realizado por Lasse Hallstrom e Joe Johnston. O filme tem estrelas  como Kiera Knightley, Morgan Freeman e Helen Mirren e conta também com a super-estrela do American Ballet Theatre, Misty Copeland. 

Também do American Ballet Theatre é a versão de 1977, disponível na Prime Video que conta com o arrebatador Mikhail Baryshnikov como protagonista. O Royal Ballet também tem disponível online a sua versão 2016.