"The times they are a-changin'", cantava o jovem Bob Dylan muito antes do advento dos mega festivais. Mas a verdade é que os tempos nunca pararam de mudar e esta canção, de 1964, podia bem ilustrar a situação dos cinco jovens do Porto que formaram uma das tribos instaladas no parque do Meo Sudoeste.
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Os "vituku" integram duas raparigas (Carina Sampaio, 21 anos e Júnia Silva, 22) e três rapazes (Fábio Gonçalves, 21, Tiago Sousa, 21 e Emanuel Duarte, 22). E poder-se-ia pensar que a iniciativa de rumarem ao Sudoeste, após o reconhecimento do território em anos anteriores, pertencesse aos rapazes. Mas os tempos estão a mudar. Quem fez o trabalhinho de sapa, na edição do ano passado, foram as raparigas, enquanto os rapazes são estreantes nestas andanças. O que lhes trouxe obrigações inerentes à sua condição de caloiros: quem cozinha são eles. "Nós limitamo-nos a avaliar", informa Júnia.
Guiados pelas mulheres, os jovens fizeram-se à estrada no domingo passado, uns dias antes dos primeiros concertos no palco Meo, com o objetivo de encontrar um lugar estratégico para as tendas. Mesmo assim já não encontraram grandes sombras, apesar do local ter outras vantagens: próximo do recinto e dos quartos de banho, dispensa grandes caminhadas. As três tendas (para um casal e para as "três velinhas", como explicou Júnia) formaram uma espécie de rotunda, assinalada pela bandeira azul e branca da "tribo".
"Tornámo-nos realmente uma rotunda", explicou Tiago. "Como somos do Porto, foi aparecendo aqui muita malta da cidade, inclusive alguns superdragões". Mas os "vituku" não são bairristas e foram conhecendo "cromos" de todas as regiões do país e até de Espanha. Alguns desses personagens "mostraram o rabo ao verem o nome da tribo", contou Fábio.
Entre várias peripécias e o trabalho doméstico (a cargo deles), os "vituku" colecionaram memórias inesquecíveis. "Agora resta-nos queimar os últimos cartuchos".