O Prémio Nobel da Literatura 2012 foi atribuído ao chinês Mo Yan anunciou, esta quinta-feira, a Academia Sueca. O escritor, ao ser informado, ficou "radiante e assustado".
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"Com um realismo alucinatório, [Mo Yan] funde contos populares, história e o contemporâneo", justificou a Academia Sueca, no anúncio do laureado.
A Academia explicou ainda que "com uma mistura de fantasia e realidade, perspetivas históricas e sociais", Mo Yan criou um universo que "faz lembrar a complexidade da escrita de William Faulkner e Gabriel Garcia Marquez ao mesmo tempo que procura um ponto de partida na literatura chinesa antiga e na tradição oral".
Mo Yan, de 57 anos, pseudónimo do escritor Guan Moye, tem publicada em Portugal a obra "Peito grande, ancas largas".
O porta-voz da Academia Sueca, Peter Englund, explicou que Mo Yan foi contactado antes do anúncio oficial. "Ele disse que estava radiante e assustado", revelou, citado pela agência Associated Press. "Ele escreveu onze romances e cerca de uma centena de contos. Se quiser perceber a escrita e ter uma perceção da profundidade moral dele eu recomendaria 'The Garlic Ballads'", sugeriu Peter Englund.
Mo Yan recebe o Nobel da Literatura 12 anos depois do autor chinês Gao Xingjian ter sido distinguido com o mesmo prémio.
O Nobel da Literatura tem um valor pecuniário de 926 mil euros e é considerado o mais prestigiado dos galardões internacionais na área das letras.
No ano passado, o galardão foi atribuído ao poeta sueco Tomas Transtromer.
José Saramago permanece o único escritor português a ter sido distinguido com o Nobel da Literatura, que recebeu em 1998.
A temporada dos prémios Nobel 2012 começou, na segunda-feira, com o anúncio do Nobel da Medicina, atribuído ao japonês Shinya Yamanaka e ao britânico John Gurdon pelo trabalho na reprogramação de células maduras, que voltaram ao estado estaminal.
Na terça-feira, foi anunciado o Nobel da Física, que distinguiu o francês Serge Haroche e o norte-americano David J. Wineland "pelos métodos experimentais inovadores que permitem medir e manipular sistemas quânticos individuais".
O Nobel da Química foi atribuído aos norte-americanos Robert J. Lefkowitz e Brian K. Kobilka, na quarta-feira. Cada uma dos milhões de células que compõem o corpo humano tem pequenos recetores que lhe permitem sentir o meio envolvente e adaptar-se a novas situações. Robert Lefkowitz e Brian Kobilka descobriram "o funcionamento interno de uma importante família destes recetores: os recetores acoplados à proteína G".
Os prémios Nobel, criados em 1895 pelo químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite), foram atribuídos pela primeira vez em 1901.